
O renomado mestre Manuel Cargaleiro presenteou o Município de Vila Velha de Ródão com uma obra singular em comemoração aos 50 anos do 25 de abril. Na última terça-feira, 26 de março, no seu ateliê, o pintor concluiu e entregou a tela intitulada “Festa da Gratidão”, na presença do presidente da autarquia de Ródão e de um seleto grupo de jornalistas convidados para testemunhar o momento histórico.
A obra, batizada pelo próprio autor em conjunto com o autarca rodanense, simboliza os sentimentos evocados pela Revolução dos Cravos, que completa meio século de existência. O desafio foi lançado pelo presidente do Município, Luís Pereira, com o intuito de celebrar o aniversário da revolução que restituiu a liberdade a Portugal.
O título escolhido, “Festa da Gratidão”, encerra um duplo significado. Para Cargaleiro, o 25 de abril é motivo de celebração e gratidão, rememorando os tempos de repressão e censura e a alegria profunda com que recebeu, em Paris, a notícia da libertação do país.
Este sentimento de gratidão estende-se também ao presidente Luís Pereira, que elogia a humildade e generosidade do mestre Cargaleiro para com a sua terra natal. A obra ocupará um lugar de destaque no Salão Nobre da Câmara Municipal, tornando-se um ícone emblemático para Vila Velha de Ródão.
Nascido na aldeia de Chão das Servas, no concelho de Vila Velha de Ródão, em 1927, Cargaleiro mantém uma ligação afetiva às suas raízes beirãs. Orgulhoso, recorda com saudosismo os aromas e cores da sua terra natal, inspiração constante para a sua arte.
Ao deixar esta obra à sua terra, Cargaleiro enfatiza a importância da criatividade, liberdade e indisciplina na sua arte, expressando o seu otimismo inato para o futuro.
O legado de Cargaleiro perdurará, assim, não só na sua arte, mas também na história e na memória coletiva de Portugal, imortalizando os ideais de liberdade e gratidão que marcam o 25 de abril.