
Um vídeo divulgado esta sexta-feira pelo líder do Chega, André Ventura, incendiou o debate público ao mostrar uma multidão a agredir violentamente dois agentes da PSP de Rabo de Peixe, nos Açores. Embora o político tenha sugerido tratar-se de um episódio recente, a agressão remonta a maio de 2023 e já foi julgada, com todos os envolvidos a serem condenados a penas de prisão, ainda que suspensas.
As imagens, que se tornaram virais e já somam quase sete milhões de visualizações em apenas dois dias, mostram dois polícias em serviço a serem rodeados e atacados por vários indivíduos. Um dos agentes foi atingido com uma bicicleta, enquanto o outro sofreu um pontapé na cabeça, só conseguindo libertar-se após recorrer à arma de serviço. Segundo apurou o Correio da Manhã, as detenções dos agressores só aconteceram dias após o ataque, tendo um dos polícias ficado de baixa médica.
Apesar de André Ventura ter afirmado que este é “o Portugal real onde os bandidos fazem o que querem impunemente”, a justiça já se pronunciou sobre o caso. O tribunal de São Miguel condenou recentemente os cinco arguidos — quatro homens e uma mulher — a, penas de prisão de um ano, todas suspensas na execução, responsabilizando-os pelas agressões que indignaram a opinião pública local.
O episódio veio reacender a discussão sobre a violência contra as forças de segurança e o uso mediático de episódios passados para fins políticos, levantando dúvidas quanto à responsabilização de quem partilha conteúdos descontextualizados nas redes sociais. O caso, já encerrado pela justiça, volta agora à ribalta devido ao impacto viral do vídeo e à instrumentalização política promovida por André Ventura.