O município homenageou esta segunda-feira (19 de maio) os jogadores do Clube Desportivo de Tondela (CDT), equipa técnica, staff e dirigentes da coletividade pelo título de campeão da II Liga, conquistado na última sexta-feira, e pelo regresso, três anos depois, ao principal escalão do futebol nacional.

A cerimónia de homenagem e reconhecimento aconteceu no salão nobre dos Paços do Concelho, contando com a presença da presidente da Câmara, Carla Antunes Borges, e dos restantes vereadores no executivo, do presidente da Assembleia Municipal, Felisberto Figueiredo, de vários elementos deste órgão autárquico e de alguns presidentes de junta. A sessão foi ainda acompanhada por vários populares. A sala foi pequena para tanta gente.

A presidente da Câmara disse que foi com “um orgulho imenso” que o concelho viu o CDT subir de divisão e conquistar pela segunda vez na sua história o título de campeão da Segunda Liga, atribuindo esse feito ao líder do clube, Gilberto Coimbra que, referiu, “nunca desistiu” e “sempre acreditou”.

“Não foi um percurso fácil, todos nós sabemos. Mas acima de tudo, posso dizer que foi com bastante orgulho que de alguma maneira o município acompanhou o CDT neste caminho, porque também acreditámos, como vocês. Acreditámos porque, efetivamente, o CDT sempre apostou naquilo que é fundamental que é no desenvolvimento de uma política pública de formação e antes de tudo mais olha, aposta e nunca desiste dos jovens do nosso concelho”, argumentou.

Carla Antunes Borges defendeu que “o CDT é, foi e vai continuar a ser uma importante marca de promoção do território”, levando “o nome de Tondela bem escrito” nas suas camisolas para fora de portas.

Já o vereador com o pelouro do desporto no executivo municipal, Francisco Fonseca, lembrou que a conquista do título ocorreu “a poucos dias de o CDT celebrar 92 anos”

“Foram 22 jornadas em primeiro lugar que culminaram com uma emocionante vitória em Leiria, por 2-0, provocando no estádio a celebração dos cerca de 3.000 tondelenses, numa grande mobilização humana em torno deste jogo, à qual se juntaram os milhares que desde o nosso concelho estavam a torcer pela vitória”, aludiu.

“Hoje voltamos a ter em Tondela o patamar mais alto do futebol nacional, mas recordamos que o CDT hoje é de primeira também nos escalões de sub-19, sub-17 e sub-15, tendo aliás também já garantido neste ano mais um escalão nos nacionais depois da subida da sua equipa de sub-14”, acrescentou, recordando que o clube é hoje eclético, apostando em outras modalidades crescentes, como o basquetebol, ténis, atletismo e o hipismo.

Por seu lado, o presidente da Assembleia Municipal, Felisberto Figueiredo, salientou “o grande orgulho para a cidade, concelho de Tondela, para o distrito e toda a região centro” pelos feitos alcançados pelo CDT.

“Tondela precisa e merece um CDT no primeiro escalão, que represente bem a garra, força, energia e a coragem de vencer grandes desafios”, defendeu, fazendo votos para que o clube permaneça na Primeira Liga pelo menos até ao centenário em 2033.

“Tondela é de primeira e continuará a ser”
Na cerimónia, o primeiro a usar da palavra foi o capitão da equipa, Ricardo Alves, que, além de ter agradecido a receção nos paços do concelho, garantiu que “Tondela é de primeira e continuará a ser”.

Já o treinador, Luís Pinto, recordou o “orgulho muito grande” que o grupo sentiu pelo que fez nesta temporada, representando “o município, toda a gente que se identifica com o clube” e conquistando “aquele que era um sonho de muita gente que era subir e, além disso, juntar o título de campeão”.

A sessão foi encerrada pelo presidente do CDT, Gilberto Coimbra, que, logo no início, não escondeu a emoção perante todos aqueles que marcaram presença no salão nobre dos paços do concelho.

“Isto não aconteceu porque toma lá dá cá, aconteceu porque tinha que acontecer, por vocês, atletas, direção, município, cidade, concelho e pelo orgulho beirão”, afirmou.

“Quero agradecer publicamente ao município. Tudo isto só é possível com a dedicação, entrega e prontidão na capacidade de resposta da nossa atual presidente de Câmara, Carla Antunes Borges. O meu muito obrigado”, declarou.

Gilberto Coimbra falou ainda num “balneário de betão” e num grupo que procurou “a vitória jogo a jogo”. “Aqui dentro há matéria suficiente e que deu o resultado que está aqui, fruto da vossa entrega, fruto desta união”, afirmou, dirigindo-se à equipa técnica, em particular ao treinador Luís Pinto, jogadores e staff do clube.

O dirigente contou que o CDT “é um clube profissional”, mas também, como costuma dizer, “uma família” e este novo capítulo na história do emblema auriverde é também um reflexo disso.

Quanto ao futuro, voltou a comprometer-se com a construção da academia para a formação em Nandufe e a criação de uma equipa sub-23 para dar continuidade ao trabalho desenvolvido pelos sub-19 para depois os atletas poderem jogar na equipa principal sem terem de sair de Tondela.

“Queria já no ano que segue ter campos para nossa formação começar a treinar”, apontou.

“Vamos fazer a obra de Nandufe, vamos dar condições à nossa formação, vamos formar jogadores, vamos vender jogadores, vamos ser um clube grande, vamos manter-nos na Primeira Liga por muito tempo e, para isso, preciso da ajuda de todos os munícipes, de toda a gente”, disse, em jeito de conclusão, num discurso que durou cerca de meia hora.

O Tondela conquistou na sexta-feira, na 34ª e última jornada do campeonato, o título de campeão da Segunda Liga após vitória por 0-2 frente à União de Leiria, com golos de Miro e Roberto. Com esta vitória, o clube auriverde carimbou o regresso à Primeira Liga.

A formação presidida por Gilberto Coimbra subiu pela primeira vez ao maior palco do futebol português há precisamente dez anos, na época 2014/2015, onde esteve durante sete temporadas.