Os trabalhadores da mina de Neves-Corvo, localizada no concelho de Castro Verde, estão a cumprir hoje, quinta-feira, 20 de julho, o segundo dia de uma greve de dois dias. A paralisação ocorre nas primeiras duas horas de cada turno e tem como principal reivindicação o aumento salarial.

O coordenador do Sindicato dos Trabalhadores da Indústria Mineira (STIM), Albino Pereira, confirmou que a greve está a ter uma “boa adesão”. No entanto, não foram divulgados números concretos sobre a quantidade de trabalhadores que aderiram ao protesto.

A paralisação foi convocada pelo STIM no dia 3 de julho, com o objetivo de exigir um aumento salarial nunca inferior a 100 euros, com efeitos retroativos a janeiro de 2023, para os trabalhadores da empresa. A concessionária da mina, pertencente à multinacional Lundin Mining, concedeu apenas um aumento de 2% ou 36 euros aos trabalhadores este ano, o que motivou a insatisfação e a greve.

Além dos aumentos salariais, o STIM também exige a revisão das condições e segurança de trabalho, progressões na carreira, anuidades, subsídios de fundo, transporte, apoio escolar e à habitação, e os prémios de passagem à reforma.

O caderno reivindicativo do sindicato inclui ainda a concessão de mais um dia de compensação para os trabalhadores das lavarias, a criação de um balneário com condições dignas para as mulheres e que os dias de Carnaval, Páscoa e aniversário sejam considerados feriados.

O coordenador do STIM, Albino Pereira, criticou a falta de vontade da empresa em negociar com os trabalhadores e salientou que os motivos que levaram à convocação da greve ainda se mantêm, uma vez que não houve qualquer contato entre a Somincor e o sindicato desde então.

Esta greve histórica na mina de Neves-Corvo tem impacto significativo nas operações da empresa e demonstra a determinação dos trabalhadores em lutar pelos seus direitos e melhores condições de trabalho.