Nascido no Porto e crescido em Vale de Cambra, Pedro Araújo é o fundador e CEO do Grupo Polisport, especializado em acessórios para off-road e bicicletas e no fabrico de produtos para veículos de duas rodas. Sediado em Carregosa, o grupo desdobra-se em sete empresas e emprega cerca de 355 trabalhadores.

Foi aos 14 anos que Pedro Araújo teve a primeira motorizada e esta aquisição viria a marcar o amor pelas duas rodas que o empresário garante sentir até aos dias de hoje. Cinco anos mais tarde, com 19 anos e a partir de casa, decidiu arriscar-se na “produção em massa” de guarda-lamas para, depois, tentar vendê-los. Foi a partir de então que o negócio se começou a estabelecer.

Hoje, perto de chegar à marca dos 50 anos, o Grupo Polisport exporta 95% da sua produção e as suas marcas podem ser encontradas em 60 países. O fundador e CEO das empresas, que em dezembro de 2015 recebeu a ordem de mérito industrial, foi convidado do programa ‘ADN Oliveirense’, com Helena Terra. Pedro Araújo falou sobre a fundação do Grupo Polisport, os aspetos diferenciadores das suas empresas e a ligação a Oliveira de Azeméis.

INFÂNCIA. “Sem dúvida que a génese daquilo que sou hoje foi a minha infância. A liberdade que tinha e que os meus pais me conseguiram dar teve um impacto muito grande na minha vida. Dar liberdade a uma criança tem uma importância fundamental para a criatividade que ela tem no futuro. Os meus pais deram-me sempre liberdade, mas com responsabilidade.”

FUNDAÇÃO DIFERENCIADA. “A génese da minha atividade foi procurar fazer aquilo que tinha procura e não era fabricado em Portugal. A Polisport foi criada com uma abordagem pouco usual em termos das firmas industriais. Normalmente, existe alguém que cria, tem uma série de equipamentos produtivos e, a partir daí, começa a produzir. Nós tivemos um modelo completamente diferente e que ainda hoje serve como uma grande orientação: o mercado é que nos condiciona e nos dá as orientações para a nossa estratégia e desenvolvimento.”

NÃO HÁ PRODUTOS ANÓNIMOS. “Desde o primeiro momento, desde os meus 19 anos, tive sempre presente o ‘fazer diferente’ a todos os níveis e apresentar produtos com marca. Damos uma importância muito grande às nossas marcas. Na opinião da Polisport, os produtos não podem ser anónimos, têm que ter um rosto e a marca é fundamental: [contribuem para a] diferenciação do produto. Esta conjugação do binómio ‘marca’ e ‘inovação’ tem sido muito importante para a nossa atividade.”

A CENTRALIDADE DAS PESSOAS. “Quem faz a diferença em qualquer organização são as pessoas. De todos os fatores de produção, este é o mais diferenciador e é aquele que não se compra. A mim compete-me motivar as pessoas, mostrar-lhes o caminho, a direção e eles têm de saber como são importantes dentro da organização. Isso é crucial e indispensável para que realmente possa haver sucesso.”

TRANSMITIR A PAIXÃO. “Gosto muito daquilo que faço. Continuo a ter uma paixão por aquilo que faço e tento transmitir essa paixão a todos os que estão à minha volta. Tento transmitir esse meu entusiasmo e acho que isso é fundamental, porque faz com que as pessoas se sintam bem.”

LIGAÇÃO A OAZ. “Neste momento vivo no Porto, mas uma [grande] parte da minha vida foi passada aqui em Oliveira de Azeméis. Estudei no Liceu Ferreira de Castro e tenho uma ligação muito grande ao concelho. Embora vivesse em Vale de Cambra passava aqui uma grande parte do meu tempo.”