Os moradores e proprietários da aldeia de Pisão, localizada no distrito de Portalegre e afetada pela construção da Barragem do Pisão, estão preocupados com os atrasos na operação de realojamento. A Comissão Pro – Associação dos residentes e proprietários do Pisão expressou sua apreensão em relação à falta de comunicação por parte das entidades competentes sobre o futuro do projeto.

De acordo com a associação, o Relatório de Conformidade Ambiental do Projeto de Execução (RECAPE) apresentou um cronograma relacionado com o realojamento que já conta com um atraso de cerca de seis meses. Apesar de terem ocorrido reuniões mensais com a Comunidade Intermunicipal do Alto Alentejo (CIMAA), pouco progresso foi alcançado em termos de aspetos concretos do realojamento desde janeiro.

O projeto da Barragem do Pisão é um Empreendimento de Aproveitamento Hidráulico de Fins Múltiplos (EAHFM) e tem um investimento total de 171 milhões de euros, com 120 milhões inscritos no Plano de Recuperação e Resiliência (PRR). O objetivo da barragem é regar cerca de 5.500 hectares e fornecer água às populações de vários concelhos, abastecendo aproximadamente 55 mil pessoas.

No entanto, a futura estrutura será construída numa área de 10 mil hectares, o que implicará a submersão da aldeia de Pisão, que atualmente é habitada por cerca de 70 moradores e possui 110 casas. A preocupação dos moradores reside na capacidade de projetar uma nova aldeia que atenda aos gostos da população, levando em conta a complexidade do processo de realojamento e a necessidade de envolver a comunidade na tomada de decisões.

Por outro lado, o presidente da Câmara do Crato, Joaquim Diogo, tenta tranquilizar a comunidade, afirmando que têm sido realizadas reuniões com os residentes e que estão a preparar um concurso público para assessorar a CIMAA nos processos de indemnizações, expropriações e construção da nova aldeia. Ele acredita que, até o final do ano, será possível recuperar os prazos e garantir a execução do projeto.

Em suma, enquanto a Comissão Pro manifesta a preocupação com os atrasos no realojamento e a falta de comunicação, o autarca do Crato procura assegurar à comunidade que os prazos serão cumpridos e que haverá um envolvimento adequado no processo de construção da nova aldeia, respeitando as necessidades e preferências da população local. A construção da Barragem do Pisão continua a ser um tópico sensível, exigindo uma abordagem cuidadosa para garantir uma solução equitativa e satisfatória para todas as partes envolvidas.