
O plenário da Concelhia do PSD de Setúbal, realizado na noite de 3 de julho, gerou forte tensão entre a estrutura local e a direção nacional do partido, após a tentativa de imposição do apoio à candidatura de Maria Dores Meira à presidência da Câmara Municipal de Setúbal.
A presença do ministro das Infraestruturas, Pedro Pinto Luz, e do coordenador autárquico nacional, Pedro Alves, foi recebida com apupos e protestos por parte dos militantes, que contestaram a ausência de uma candidatura própria do PSD à autarquia.
A reunião foi agendada visando o presidente da Distrital de Setúbal, Paulo Ribeiro — que também é secretário de Estado da Administração Interna — prestar esclarecimentos sobre a inédita decisão de não apresentar candidatura própria no concelho. No entanto, Paulo Ribeiro não compareceu sozinho, tendo surgido acompanhado pelos dois dirigentes nacionais, numa movimentação que gerou surpresa e desagrado entre a base local.
O nome de Maria Dores Meira, ex-presidente da Câmara de Setúbal, eleita durante 12 anos pela CDU, continua a ser rejeitado pelos militantes locais, que veem com desconfiança o apoio a uma candidatura independente com histórico comunista.
Um dos mais veementes opositores à estratégia nacional foi Fernando Negrão, figura histórica do PSD, que defendeu a necessidade de apresentar um candidato próprio e alertou para as consequências de um afastamento das bases do partido.
Nas redes sociais, diversos militantes expressaram indignação com a decisão da direção nacional e denunciaram uma tentativa de “imposição sem legitimidade”. Até ao momento, não foi divulgado qualquer comunicado oficial da estrutura local sobre os desenvolvimentos da reunião.