O talento e legado do reconhecido escultor português Jorge Vieira ganham novo fôlego com a inclusão do seu livro ilustrado nas listas seletivas do Plano Nacional de Leitura. Com textos da igualmente talentosa Mafalda Brito e ilustrações de Cláudia Guerreiro, esta obra, editada pela Barca do Inferno – Edições e Publicações, Lda, tornou-se parte integrante de uma seleção dedicada a promover a leitura em Portugal.

A Câmara Municipal de Beja desempenhou um papel fundamental no suporte à edição deste livro, uma iniciativa em comemoração ao centenário de Jorge Vieira, celebrado no ano de 2022. Esta atuação da autarquia representa mais uma homenagem a Jorge Vieira, figura proeminente da escultura portuguesa do século XX, que, em gesto de generosidade ímpar, legou ao Município de Beja uma considerável parcela do seu espólio.

Beja, cidade que acolheu o talento singular de Jorge Vieira, é palco de uma vasta e valiosa coleção de obras do artista. Desde a arte pública representada no Monumento ao Prisioneiro Político Desconhecido (localizado em frente à pousada), passando pelo Memorial a Jorge Vieira (na rotunda da Ermida de Santo André) até à escultura de D. Sebastião (no Logradouro do Centro Unesco), a cidade é rica em testemunhos da genialidade deste escultor. Destaca-se também o Museu Jorge Vieira, sediado na Casa do Governador, no castelo de Beja, onde os visitantes podem apreciar e mergulhar na inspiradora obra de Vieira, um legado artístico único que merece ser preservado e divulgado.

O livro em destaque proporciona uma viagem pelo universo de Jorge Vieira, trazendo à luz novas criaturas e objetos que desafiam a imaginação. Com as mãos no barro, Vieira explorou a essência da vida, transmitindo magia através das suas esculturas que possuem a capacidade singular de surpreender.

Jorge Vieira (1922-1998), figura basilar da terceira geração de modernistas portugueses, deixou um impacto indelével na arte nacional do século XX. Desde a sua formação nas Belas Artes de Lisboa até à influência de Moore na Slade School of Fine Arts, Vieira soube transitar entre o figurativo e o abstrato, refletindo essa dualidade também nos temas que explorou: animais e humanos, prisão e liberdade. A sua obra, circunscrita ao essencial, refletia a luta pela liberdade e pelo humanismo, expressa de forma avassaladora no Monumento ao Prisioneiro Político Desconhecido, considerada por muitos como a sua obra mais emblemática.

A inclusão deste livro nas listas do Plano Nacional de Leitura é não apenas um reconhecimento à importância de Jorge Vieira na cultura portuguesa, mas também uma forma de perpetuar e disseminar a sua obra, enriquecendo o património cultural do país. Para aqueles interessados em explorar e desvendar mais sobre este ícone da escultura, podem encontrar informações adicionais sobre o livro em Barca do Inferno e aceder às listas do Plano Nacional de Leitura através do site oficial.