
O Lavadouro Municipal de Vila Viçosa recebe desde esta sexta-feira até ao próximo domingo a exposição “A Pedreira e o Lavadouro”.
Cobrindo todo o edifício, desde os estendais até aos lavadouros, o espaço conta com 28 imagens impressas em tecido e ainda uma «grande instalação com uma série de objetos que se interligam através de cordas», segundo Renata Bueno, co-curadora da exposição.
Juntamente com mais 10 pessoas, entre elas empresários do setor dos mármores da região, Renata Bueno apresenta uma «série de experiências que foram feitas nos últimos anos numa pedreira».
«Nos estendais podemos ver algumas fotografias e dentro do lavadouro uma instalação com pedras e objetos e coisas que são usadas nas pedreiras», detalhou.
Sublinhou que a escolha do sítio expositivo também não foi ao acaso, até porque «é um espaço que estava desativado» e a intenção é «reativar espaços e pensar em espaços alternativos de exposição».
Ou seja, «espaços que eram antigamente usados para outras coisas e hoje podem servir para exposições e reunião de pessoas». «Interessa-me muito esse diálogo. Reintegrar o espaço no ambiente urbano», acrescentou a co-curadora.
Desta forma, a pedreira e o lavadouro apresentam «uma série de relações», como por exemplo «desde a presença das pessoas ali a trabalhar, a água e o próprio espaço como um ambiente de reunião e de encontro».
Renata Bueno realçou que teve a «sorte» de trabalhar com «liberdade» e viver «num ambiente de troca» enquanto criar «peças, desenhos e olhares sobre o espaço de trabalho».
«Eu assisti à extração de muitas peças e essas estão retratadas em fotografias», atirou a artista.
Já Inácio Esperança, presidente da autarquia, destacou que esta exposição é a «ativação de uma atividade dos mármores com um espaço cultural imenso para Vila Viçosa», uma vez que «era um centro importante para a atividade das mulheres de Vila Viçosa».
«Trazer aqui uma arte contemporânea que é, no fundo, uma experiência de dois anos de uma artista que passa dois anos com os operários nas pedreiras, é conseguir transportar os mármores e a lavagem da roupa para o universo calipolense», complementou o autarca.
Trata-se assim de uma «simbiose muito interessante» para uma localidade que «quer ser um património mundial e para uma terra que quer apresentar projetos para Évora, Capital Europeia da Cultura».
Com isso em mente, o presidente vincou que o lavadouro «pode servir para imensas exposições» em 2027, até porque «estava completamente degradado e nós recuperámos a 100%».
«Temos aqui um espaço muito interessante para este tipo de exposições e outras, para elevar o nome de Vila Viçosa e dos trabalhadores de Vila Viçosa», acrescentou.
De seguida, fique com a foto-reportagem da inauguração da exposição.