Há 16 anos, Carlos Maia (PS) assumia a presidência da Junta de Freguesia de Ervedal da Beira e, depois, passou a liderar também os destinos de Vila Franca da Beira com a agregação destas duas freguesias. Foi por isso um desafio mas agora, na hora de fazer balanços e na despedida da vida autárquica por atingir o limite de mandatos, o presidente da União de Freguesias despede-se “com carinho, com amizade e com o sentimento de dever cumprido”.

Em entrevista à Rádio Boa Nova, no âmbito do ciclo de entrevistas “Junta à Conversa”, Carlos Maia afirmou que “Ervedal esteve muito esquecida, particularmente durante 16 anos, e não se fazia uma obra naquela freguesia há muitos anos”, sendo que depois foi possível “recuperar alguma coisa do tempo perdido com a entrada de José Carlos Alexandrino”.

O autarca recordou algumas obras e projetos que tiveram a sua assinatura, sendo que, como salientou, muitas delas contaram com a parceria do Município de Oliveira do Hospital. Duas das foram inauguradas recentemente: a Casa Mortuária e o Centro de Alojamento Temporário de Ervedal da Beira. Recordou “a Casa Mortuária e uma estação de tratamentos em Póvoa de São Cosme, a extensão de saúde de Ervedal, a zona de lazer e o Parque e Jardim Infantil em Vila Franca da Beira, o Jardim do Brasão em Vila Franca da Beira, a requalificação do teatro de Ervedal da Beira, os Passadiços do Açude da Ribeira. Destacou também “obras mais pequenas” mas de grande importância como pavimentação de ruas, requalificação de jardins e de passeios”.

Na Rádio Boa Nova, Carlos Maia deu conta de uma medida importante adotada pelo seu executivo, o incentivo à natalidade, com a atribuição de mil euros às famílias por cada criança que nasça.

O autarca destacou também a realização da festa da União de Freguesias, uma iniciativa que “junta as pessoas das diversas povoações”. ”Esta festa é itinerante, em cada ano realiza-se numa localidade diferente”, explicou, dando igualmente conta dos “ passeios de convívio”.

Sobre a futura desagregação das freguesias de Ervedal e Vila Franca, Carlos Maia frisou que sempre concordou com esta separação. Lamentou que, na altura, tenham avançado com o processo sem ouvir as populações e os órgãos autárquicos.

O presidente da União de Freguesias elogiou o papel e a dinâmica das associações e coletividades que dão vida ao território e são um “ponto de encontro” da população. No caso concreto da secção de futsal da Sociedade Recreativa Ervedalense, frisou que a mesma leva longe o nome de Ervedal da Beira.

Na área da saúde lamentou a falta de médicos e o facto de estes abandonarem estes territórios pouco tempo depois de serem colocados. No caso de Ervedal da Beira explicou que, neste momento, não há médico de família pelo facto de a profissional em questão estar de baixa por “gravides de risco”.

Na entrevista abordou ainda a dinâmica empresarial da União de Freguesias, sobretudo no “setor das madeiras”.

A concluir, referiu que “aquilo que tinha em mente” quando entrou em 2009 “conseguiu-se fazer”. “Viro costas enquanto presidente da Junta com este sentimento de dever cumprido. Lutei pelas coisas, as coisas resultaram, portanto, isso para mim é que é importante. O relacionamento com as pessoas foi ótimo”, afirmou.