
A ameaça de novas epidemias continua a preocupar especialistas em saúde pública. Francisco George, presidente da Sociedade Portuguesa de Saúde Pública (SPSP), sublinha que o país deve estar preparado para enfrentar desafios sanitários emergentes, nomeadamente a propagação da gripe H5N1. O vírus, identificado em aves e bovinos, levanta preocupações devido à sua capacidade de mutação e possível transmissão entre humanos.
Os primeiros casos de Covid-19 em Portugal foram confirmados a 2 de março de 2020, marcando o início de uma pandemia que impactou profundamente o país. Agora, com um sistema de saúde mais preparado, as autoridades acompanham atentamente a evolução da gripe das aves para evitar uma nova crise sanitária.
Francisco George destaca que, embora a transmissão do H5N1 para humanos seja rara, o risco não pode ser ignorado. “É essencial reforçar a vigilância e agir rapidamente caso surjam casos de infeção humana”, alerta. A propagação do vírus em explorações pecuárias e aviários exige medidas de contenção rigorosas para impedir que a doença ultrapasse a barreira das espécies e se transforme numa epidemia global.
Entre outubro de 2024 e janeiro deste ano, foram registados mais de 840 focos da gripe H5N1 na Europa, com destaque para a Hungria e Itália. A Organização Mundial de Saúde (OMS) reportou 81 casos de infeção humana no último ano, o maior número desde 2015, e dois óbitos já foram confirmados em 2024, nos Estados Unidos e no Camboja.
Os especialistas alertam que, apesar de a gripe das aves ainda não ter uma transmissão sustentada entre humanos, uma mutação pode alterar esse cenário. A monitorização contínua e ações preventivas são fundamentais para evitar que o mundo enfrente uma nova pandemia.