
O Partido Comunista Português (PCP) entra na corrida às autárquicas em Palmela com sinais claros de desgaste político e ausência de renovação, apostando novamente em figuras já conhecidas do eleitorado e sem apresentar soluções novas. A apresentação dos candidatos está marcada para quarta-feira, 18 de junho, às 18h30, no Largo de São João.
Com o anúncio da candidatura socialista a marcar o arranque da campanha no concelho, os comunistas foram forçados a reagir e trouxeram de volta nomes repetentes e desgastados, numa tentativa de manter o controlo sobre um território que lideram há mais de quatro décadas.
Álvaro Amaro, atual presidente da Câmara de Palmela, impedido por lei de se recandidatar, será agora apresentado como cabeça de lista à Assembleia Municipal, numa clara troca de cadeiras na estrutura partidária. O movimento espelha a tentativa do PCP de manter influência mesmo sem apostar numa renovação profunda dos seus quadros locais.
A candidatura à presidência da Câmara será liderada por Ana Teresa Vicente, também ela uma figura já bem conhecida dos palmelenses, numa lista que permanece envolta em alguma reserva, mas cujos nomes começam a surgir nos bastidores. Entre os mais apontados estão Carlos Almeida, atual presidente da Junta de Freguesia de Pinhal Novo, e Carlos Caçoete, responsável pela Proteção Civil de Palmela.
Outro nome repetente na estrutura da campanha será Adilo Costa, antigo vereador comunista e membro da Junta de Freguesia de Palmela, que será agora o mandatário da candidatura de Ana Teresa Vicente. Costa perdeu em 2021 para Jorge Mares (PS) e volta agora a ter protagonismo numa candidatura marcada pela falta de rostos novos.
Nas freguesias, o cenário repete-se. Em Quinta do Anjo, o candidato será novamente António Mestre, enquanto na União de Freguesias de Poceirão e Marateca, o PCP optou por manter Cecília Sousa, recuando na possibilidade de lançar Leandro Rocha, presidente da Associação da Feira Comercial e Agrícola de Poceirão.
A única novidade é Vanessa Ferreira, que irá liderar a candidatura à Junta de Freguesia de Palmela. A escolha de Ferreira, porém, surge como oitava opção depois de vários convites recusados por outros potenciais candidatos, o que evidencia ainda mais a dificuldade do partido em renovar e captar novos protagonistas.
A lista completa à Câmara Municipal continua em segredo, embora várias fontes internas do PCP confirmem que o partido enfrenta sérias dificuldades em compor uma equipa forte e mobilizadora, num concelho onde as críticas internas e externas se têm avolumado, colocando em causa a longevidade do domínio comunista.
Com a apresentação marcada para esta terça-feira, o PCP aposta na continuidade, mas o desgaste da liderança e a falta de alternativas podem tornar as eleições de 2025 um verdadeiro teste à sobrevivência do partido em Palmela.