O chumbo da revisão do Plano Diretor Municipal (PDM) de Palmela, rejeitado na Assembleia Municipal com os votos contra do PS, PSD, Chega, Bloco de Esquerda e MCCP, causou uma crise política e coloca em risco centenas de projetos económicos e urbanísticos no concelho.

A rejeição inesperada da proposta de revisão do PDM levou o presidente da Câmara Municipal de Palmela, Álvaro Amaro, a convocar uma conferência de imprensa extraordinária esta sexta-feira, no Salão Nobre da autarquia, para denunciar o impacto que esta decisão terá no futuro imediato do município.

Conferência essa que inicialmente, e no convite endereçado à Comunicação Social, seria para esclarecer os jornalistas, mas acabou por acolher dirigentes do PCP, técnicos da Câmara Municipal, moradores e empresários presentes.

Álvaro Amaro sublinhou que o documento esteve mais de 20 anos em preparação, sendo fruto de múltiplos estudos, consultas públicas e dezenas de reuniões com 38 entidades diferentes. O autarca mostrou-se especialmente indignado com a “coligação negativa” formada na Assembleia Municipal, referindo que a oposição não apresentou nenhuma alternativa ou proposta concreta.

Votar contra este PDM é votar contra a população, contra as empresas e contra o desenvolvimento sustentável do concelho”, declarou Álvaro Amaro, salientando que a rejeição implica a manutenção de um plano de 1997 já desadequado à realidade atual.

Com este chumbo, cerca de 50 empresas ficam impedidas de ampliar ou iniciar novas atividades, afetando centenas de postos de trabalho e potenciais investimentos, especialmente em áreas de expansão económica e tecnológica, como Penalva e Quinta do Anjo.

A Câmara Municipal irá submeter novamente a mesma proposta à aprovação da Assembleia Municipal e aguarda esclarecimentos da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR) sobre os próximos passos.

Segundo o edil palmelense, terá uma reunião com a CCDR-LVT no dia 30 de julho e nesse mesmo dia, haverá uma reunião de executivo pelas 16h30, para apresentar o mesmo documento e votar.

No dia 31 de julho, é a vez da Assembleia Municipal de reunir para discussão e votação da mesma proposta.

Na votação final do passado dia 17 de julho, registaram-se 18 votos contra (PS, PSD, Chega, BE e MCCP), uma abstenção (PS) e apenas os votos favoráveis da CDU.