
O Município da Chamusca marcou presença na Feira Nacional de Agricultura integrando o stand da Comunidade Intermunicipal da Lezíria do Tejo, numa iniciativa que pretendeu dar visibilidade ao território, aos seus produtos e ao seu potencial turístico. Para Paulo Queimado, presidente da Câmara Municipal da Chamusca, “a Feira Nacional de Agricultura é sempre uma excelente montra para promovermos os territórios” e “nada melhor do que trazermos a estes milhares de visitantes aquilo que melhor fazemos nos nossos concelhos”.
O autarca destacou o trabalho que tem vindo a ser desenvolvido na valorização do concelho enquanto destino turístico, com iniciativas como a plataforma “Visite Chamusca”, que está a ser renovada e onde será possível, em breve, realizar visitas virtuais e utilizar audioguias com inteligência artificial. “Estamos a preparar a rota das igrejas, com visitas integradas no mesmo site, onde o visitante poderá, através do telefone, com os seus fones, fazer o percurso à sua maneira”, explicou.
Outro dos projetos em destaque foi o Clube de Produtores da Chamusca, que tem vindo a ganhar expressão no apoio aos produtores locais. “É um clube que temos vindo a dinamizar com os produtores do concelho, desde o artesanato até à agricultura”, referiu Paulo Queimado, acrescentando que “já tivemos impactos muito positivos, nomeadamente durante a Feira da Ascensão, com milhares de pessoas a passar pelos nossos produtos”.
A aposta na promoção integrada do território também passa, segundo o autarca, pela articulação entre os diferentes agentes turísticos locais. “O município deixa de ser o único promotor e passa a ser um agente facilitador. Já promovemos encontros entre os vários agentes, desde a restauração até ao alojamento, passando pelas atividades de natureza como passeios de barco ou stand up paddle”, afirmou, sublinhando que o objetivo é que “os próprios promotores sejam eles a construir pacotes turísticos vendáveis às agências de viagens”.
O desafio, aponta Paulo Queimado, está agora em atrair os turistas que visitam Lisboa e procuram novas experiências. “Queremos captar aquele turista que vem nove dias e ao terceiro dia já viu Lisboa de ponta a ponta. Estamos a apostar muito neste turismo das emoções, em proporcionar momentos que fiquem na memória, com boa paisagem, bom vinho e folclore”, disse. “Queremos que levem essas emoções para casa”.
O autarca admite que a interioridade é um desafio, mas também uma oportunidade para oferecer um turismo mais diferenciador e sustentável. “Nós não vamos ter turismo de massas, não temos praia nem grandes centros urbanos, mas temos o turismo das sensações, onde o turista paga mais porque quer qualidade, tranquilidade e autenticidade”, explicou. “Estamos a trabalhar para criar experiências que durem o ano inteiro”.
No campo do investimento, Paulo Queimado destacou a aposta em alojamentos locais e turismo rural. “Felizmente, nos últimos cinco anos cresceu exponencialmente o número de camas no concelho. Temos muitos e bons exemplos de alojamentos de qualidade. Precisamos de mais, claro, e temos potencial para acolher um grupo hoteleiro de maior dimensão”, referiu, revelando que “há uma infraestrutura na Chamusca com capacidade para 40 quartos e estamos à procura de um investidor. Trata-se de um palacete na Rua Direita, do século XIX, que está à venda”.
Sobre a estratégia turística do concelho, o presidente da Câmara afirmou que “a vitória ainda não está ganha, mas está a ser construída todos os dias”. Reforçou a importância de trabalhar em parceria com os agentes turísticos e com os municípios vizinhos. “Não conseguimos competir com os destinos de praia ou com os castelos classificados, mas podemos complementar a oferta turística nacional com o que temos de único. E temos muito. O segredo é deixarmos de olhar só para a nossa capelinha e trabalharmos em conjunto”, afirmou.
Paulo Queimado concluiu destacando o trabalho desenvolvido no âmbito do Plano Estratégico do Turismo da Lezíria do Tejo. “Fui um dos grandes defensores deste plano e finalmente conseguimos concretizá-lo. Hoje temos uma visão mais integrada e percebemos que só teremos resultados se colaborarmos. Sozinhos não conseguimos, mas juntos conseguimos afirmar toda a Lezíria como um destino forte e sustentável”.