
A Câmara de Arraiolos, no distrito de Évora, queixou-se de “atrasos e falhas na distribuição de correio” no concelho e exigiu aos CTT – Correios de Portugal a reposição da qualidade e regularidade do serviço postal.
Numa tomada de posição enviada à agência Lusa, o município, de maioria CDU, indicou que “tem vindo a constatar o agravamento dos atrasos e falhas na distribuição de correio por parte dos CTT, com um aumento significativo de queixas nas últimas semanas”.
“Esta situação tem causado prejuízos relevantes aos munícipes e comprometido o funcionamento de serviços essenciais no concelho”, alertou.
A autarquia relatou situações que considera “inaceitáveis”, como “distribuição postal limitada a apenas uma ou duas vezes por semana e atrasos e falhas sistemáticas na entrega de correspondência urgente, como faturas e notificações judiciais”.
Segundo esta câmara municipal, o serviço de atendimento dos CTT tem-se mostrado “incapaz de resolver os problemas reportados, recusando responsabilidades essenciais na cadeia de distribuição postal”.
Face a esta situação, o município decidiu em reunião de câmara “manifestar formalmente o seu protesto e exigir uma atuação urgente e eficaz por parte da administração dos CTT, com o propósito de repor a qualidade e regularidade do serviço postal”.
“A Câmara de Arraiolos apela à defesa intransigente de um serviço postal digno, regular, eficiente e que responda com qualidade às necessidades da população”, acrescentou.
No início de junho, o secretário-geral do Sindicato Nacional dos Trabalhadores dos Correios e Telecomunicações (SNTCT), Eduardo Rita, revelou à Lusa que o novo modelo de distribuição postal na zona de Évora em implementação pelos CTT estava a provocar atrasos nas entregas e o descontentamento dos trabalhadores, que cumpriram então uma greve parcial.
Também em meados de junho, o presidente da Câmara de Évora, Carlos Pinto de Sá (CDU), e a assembleia municipal, através de uma moção, protestaram contra os atrasos na distribuição de correio neste concelho e exigiram aos CTT a reposição da regularidade e qualidade do serviço.
A Câmara de Vendas Novas, igualmente no distrito de Évora, gerida pelo PS, também já alertou para “graves falhas na distribuição postal” no concelho e reclamou dos CTT, da ANACOM e do Governo a “reposição imediata da qualidade” deste serviço.
Os trabalhadores dos CTT afetos à área do Código Postal de Évora voltaram à greve ao segundo período de trabalho, que está em curso e que se prolonga até sexta-feira, contra o novo modelo de distribuição, anunciou o SNTCT.
O secretário-geral deste sindicato, Eduardo Rita, realçou à Lusa que os trabalhadores voltam à greve por considerarem que alguns problemas não foram resolvidos.
Aquando da greve anterior, os CTT, numa resposta à Lusa por correio eletrónico, confirmaram que estavam a implementar um novo modelo de distribuição postal na região de Évora, com vista a melhorar o serviço ao cliente e reforçar a qualidade.
“Como é natural nestes processos, a distribuição tem registado alguns constrangimentos, fruto do processo de adaptação a este novo modelo”, justificou então a empresa, prevendo, na altura, regularizar os problemas nas semanas seguintes.