
“Camões, Altos Cumes, Scabelicastro e Correlatos” apresentado na Biblioteca Municipal da Chamusca com novas investigações sobre o nascimento do poeta em Santarém e revelação de um poema desconhecido.
A Biblioteca Municipal da Chamusca foi palco, no passado sábado, de um dos momentos mais relevantes do panorama literário recente: a apresentação da obra “Camões, Altos Cumes, Scabelicastro e Correlatos”, das Edições Cosmos. Este livro, assinado pelos conceituados investigadores Vítor Serrão e Mário Rui Silvestre, destaca-se não apenas pelas reflexões inovadoras sobre o contexto artístico e intelectual do século XVI, mas sobretudo pela revelação de um poema inédito de Luís Vaz de Camões — um achado de inegável importância para a literatura portuguesa.
A sessão, moderada por Paula Ribeiro, proporcionou uma análise aprofundada da obra e do seu impacto no entendimento da figura camoniana. Integrada nas comemorações do V Centenário do nascimento do poeta, a apresentação sublinhou novas teses que colocam Santarém como o local de nascimento de Camões, reforçadas por documentação inédita agora divulgada pelos autores.
O livro, com cerca de 500 páginas, divide-se em duas partes complementares: “Altos Cumes: Seis Estudos sobre Camões e as Artes do Seu Tempo”, da autoria de Vítor Serrão, e “O Poeta de Portugal Nasceu em Santarém”, assinada por Mário Rui Silvestre. Para além da descoberta do poema até agora desconhecido — facto que não ocorria há mais de 200 anos —, a obra oferece uma visão renovada sobre o ambiente cultural e social da Santarém quinhentista, destacando as influências que terão moldado a vida e o pensamento do poeta maior da língua portuguesa.
O evento teve ainda espaço para homenagear figuras chamusquenses que, ontem e hoje, têm contribuído para o enriquecimento literário e cultural da região, sublinhando a continuidade da tradição poética e intelectual no território.
“Camões, Altos Cumes, Scabelicastro e Correlatos” foi recentemente reconhecido pelo jornal Observador como um dos melhores livros de 2024, afirmando-se já como uma referência incontornável para estudiosos, leitores e amantes da poesia camoniana.