
A Associação Dunas Livres, grupo de cidadãos que tem vindo a alertar para a expansão de aldeamentos turísticos e campos de golfe no Litoral Alentejano, lançou novo aviso, desta feita relacionado com a desmatação de vastas áreas de pinheiral devido ao ataque do nemátodo-da madeira-do-pinheiro.
Trata-se de um verme microscópico, do grupo das lombrigas, considerado uma grave ameaça aos povoamentos de pinheiros.
«O nemátodo-do-pinheiro está a atacar em força no grande areal desde Alcácer do Sal até à Comporta e daí até Melides, outrora coberto por uma floresta saudável de pinheiros-bravos, pinheiros-mansos e até sobreiros» avisa a Associação Dunas Livres.
Através das redes sociais, o grupo de cidadãos relembra que «a descida dos níveis freáticos, ou seja, o facto de o aquífero estar a ser chupado até ao tutano com a proliferação de furos para empreendimentos turísticos, campos de golf e agricultura intensiva, está a deixar as raízes de todas estas árvores secas, suspensas no solo desertificado.
Isto faz com que as árvores fiquem todas muito mais susceptíveis a pragas.»
Este uso excessivo dos aquíferos, «em Grândola e Alcácer, está a condenar a sobrevivência das árvores nativas da região. Isto é válido para os sobreiros que vemos a secar em massa (efeito combinado da descida do aquífero com Phythopthora spp. e outras pragas e pestes) e para os pinheiros – igual, mas com o verme microscópico, nemátodo-do-pinheiro».
Para combater o problema, têm vindo a ser realizadas intervenções de desbate «em larga escala, necessárias para combater esta praga. São necessárias agora, mas podiam ter sido evitadas. Agora a diminuição da cobertura florestal é inevitável e tristemente visível para quem andar nestas estradas e se lembrar como tudo era antes.»