A árvore de Natal, símbolo inequívoco das festividades natalícias, tem as suas raízes na história de Portugal associada a um evento real e distante no tempo, datando do século XIX. Surpreendentemente, a tradição da árvore de Natal foi introduzida em solo português por um rei alemão.

No cenário magnífico do Paço Real das Necessidades, em Lisboa, a primeira árvore de Natal ergueu-se graças a D. Fernando II, duque de Saxe-Coburgo-Gotha e esposo de D. Maria II. Em meados do século XIX, por volta de 1844, este monarca, nascido em Viena, na Áustria, trouxe para Portugal a prática de decorar uma árvore de Natal, uma tradição que recordava os seus tempos de infância na Alemanha.

Esta introdução, carregada de memórias e costumes pessoais, tornou-se uma prática enraizada na sociedade portuguesa. Desde então, as árvores de Natal tornaram-se uma presença quase universal em lares por todo o país durante a época festiva.

Embora a árvore de Natal tenha suas origens na Europa do século XVI, foi apenas na segunda metade do século XIX que a decoração de árvores dentro das casas se popularizou significativamente. As primeiras árvores de Natal têm a sua origem em Riga, na Letónia, antes de se tornarem uma tradição amplamente difundida na Alemanha.

Inicialmente, estas árvores eram adornadas com rosas feitas de papel colorido e maçãs, representando o episódio bíblico de Adão e Eva. Posteriormente, no século XVIII, surgiram as velas como decoração. As decorações evoluíram ao longo do tempo, substituindo-se as maçãs por bolas coloridas e as velas por luzes, mantendo-se apenas os fios prateados como uma lembrança da tradição inicial.

Na nobreza, como nos aposentos privados da família real no Palácio das Necessidades, a árvore de Natal era um espetáculo ricamente decorado, adornada com velas, laços e bolas de vidro transparente. Não só se enfeitava a árvore, mas também se acrescentavam guloseimas como frutas cristalizadas e chocolates.

A tradição da montagem das decorações natalícias varia conforme os países, sendo em Portugal um hábito estabelecido montá-las no dia 8 de dezembro, dia da Imaculada Conceição. Já o desmonte, seguindo a festividade cristã, ocorre no dia 6 de janeiro, o Dia de Reis, marcando o fim das festividades natalícias. Um legado real e uma tradição secular que continua a iluminar os corações de todos os portugueses durante a época festiva.