
Júlia Pinheiro, 62 anos, viu o seu programa, Júlia, ser reduzido para 25 minutos e com uma mudança de horário. Para muitos pode ser visto como uma despromoção, mas para a apresentadora, com cerca de 40 anos de carreira, não é visto dessa forma.
“Os programas de televisão são finitos, um dia começam e depois acabam, ou não acabam e têm formatações que melhoram o seu desempenho. Foi isso que aconteceu. Eu fui programadora, sei exatamente o que é que está em apreço”, garante, em exclusivo, à TV 7 Dias, à margem da entrega de prémios Executiva, onde foi distinguida como uma das mulheres mais influentes em Portugal. Júlia sublinha que “não tem leitura para haver uma coisa negativa”. “Não é negativo. Foi bom. Estava na altura de fazer ali uns acertos. Tem quase sete anos aquele programa. Foi bom”.
Aos jornalistas, a apresentadora afirma que “desde que o formato seja competitivo e que cumpra os desígnios da estação e que se faça a comunicação que sempre foi feita, um jornalismo de excelência, bem feito, grandes histórias de vida, grande entrevistas”, está tudo bem. “A hora? Gosto bastante”, afirma Júlia, brincando de seguida com o facto de Manuel Luís Goucha também ter visto o seu programa reduzido para o mesmo tempo e ter passado para o mesmo horário. “Já combinámos almocinhos e tudo, tardios, é certo”, ri-se.
Sabendo da influência que tem, Júlia Pinheiro falou ainda sobre algo que deu lugar ao seu podcast: A Menopausa. “Achei que era realmente preciso um espaço de comunicação, de verbalizar aquilo que provavelmente muitas mulheres sentem e que eu senti na pele, com muita força, foi realmente um peso muito grande para mim”, revela a apresentadora. “Para mim foi horrível, até eu perceber o que se estava a passar. Achava que estava maluca. Sentia uma tristeza enorme, um enorme desânimo, uma falta de vontade tremenda de tudo, uma sensação de nevoeiro mental absurdo, como se eu, de repente, tivesse perdido todas as minhas faculdades para dizer bom dia.” Para ultrapassar esta fase da vida, procurou ajuda médica. “Entre os 50 e os 60 anos foi a altura em que eu trabalhei mais na minha vida. Cheguei aos 60 e fui atropelada pela menopausa. Aí comecei a perceber e a escolher outro acompanhamento e acertei. Agora já estou funcional”, assegura.
Texto: Ana Lúcia Sousa (ana.lucia.lucia.sousa@worldimpalanet.com); Fotos: Reprodução Instagram e Tito Calado