Nininho Vaz Maia, de 36 anos, revelou no podcast Watch TM, de Pedro Teixeira da Mota, que lida com a dificuldade de se sentir plenamente satisfeito com as suas conquistas. “Fico contente, mas olhando para os outros e para a nossa equipa, eles estão mais do que eu“, disse. Para ele, o trabalho e a dedicação são essenciais, mas não chega. “Tens a plena consciência de que não é só isto. Existe trabalho, dedicação…”.
“Nunca me acho tão ao nível dos outros”
Apesar de se considerar um músico, Nininho não se sente à altura de outros artistas. “A minha pancada é eu nunca me acho tão ao nível dos outros, porque não me sinto músico. Toco um pouco de guitarra, mas quero saber tocar pelo menos guitarra e piano. Por exemplo, eu não sei notas, ouço os músicos a falar…” Isso faz com que ele frequentemente se compare com os outros. “Vejo estes gajos a tocar para caraças e a cantar para caraças e não vai encher salas e não está no mesmo nível que eu, e se calhar merecia e estudou mais que eu“.
Embora tenha consciência do seu sucesso, Nininho admite que lida com uma luta interna constante. “Por alguma razão somos nós que estamos aqui, existe uma razão que um dia vamos descobrir, mas também tenho esse inimigo cá dentro.” Esse “inimigo” dificulta a sua satisfação com os feitos. “Não fico [contente]. A minha equipa e pessoas próximas perguntavam-me muito: ‘Espera aí, mas não estás contente?’ Eu estou, mas não é da mesma forma. Não estou a rebentar, não estou a sorrir“.
Leia ainda: Revela aquilo que nunca fará na vida: “A não ser na brincadeira…”
A pressão por trás da sua profissão também é intensa. “Tenho uma entrevista ou tenho de ir à televisão cantar em direto ou o que for e uma semana antes já estou a dormir menos do que devia, porque acordo com a preocupação.” Isso leva-o a um ciclo vicioso. “Estou 24 horas no carro a ouvir a minha música que já fiz e que já passei horas em estúdio… no dia a seguir, faço ‘play’ outra vez estou a ouvir a música. “Passou uma semana e só ouvi aquela música. Castigo-me muito“.
Para Nininho, a autocrítica constante torna a vida profissional ainda mais desafiadora. “No fundo, merecemos. A gente trabalha. Temos de mandar o impostor embora. A mim mata-me às vezes. Estou mesmo nesta fase de aprender a gerir tudo, este turbilhão todo.” Ele compara a sua vida com a de um jogador de futebol, que também enfrenta desafios ocultos. “As pessoas falam: ‘É fixe vê-lo ali a sorrir, a correr e a fazer o que gosta, nasceu para aquilo’, mas, no fundo, para estar ali tem de levar uma vida muito saudável, não pode ir a convívios de amigos…“, concluiu.