Se há tema que tem merecido atenção mediática nacional é, precisamente, a batalha judicial em que estão envolvidos os Anjos, cujos integrantes são Nélson e Sérgio Rosado, e Joana Marques. Ao longo dos últimos dias, vários têm sido os pronunciamentos a respeito do caso, muito deles de rostos bem famosos portugueses.

Depois de Ana Garcia Martins ter criticado uma das frases proferidas por Nélson Rosado durante o julgamento, de Manuel Luís Goucha ter mostrado o seu apoio a Joana Marques e ainda de Katia Aveiro vir defender os Anjos, agora chegou a vez de Bruno Nogueira não se mostrar indiferente a toda a situação.

Nas suas redes sociais, o humorista não se poupou na crítica, começando por referir que "por estes dias", ao invés de se estar "a falar" acerca dos "limites do humor", devia-se sim olhar para aquilo que são os "limites do sentido do humor", uma vez que defende publicamente que são "sempre esses que são ultrapassados".

"Não vejo em que sentido é que um humorista possa ser culpabilizado por isso. Este caso em que os Anjos decidem pedir um milhão de euros por um vídeo que a Joana pôs no Instagram soa a um pedido de justiça feito à medida", escreveu logo de seguida Bruno Nogueira.

"O que fez disparar as consequências psicológicas e profissionais dos Anjos foi sobretudo terem transformado aquilo que era só mais um vídeo, num palco com plateia para Portugal inteiro. Falaram disso, e ao falarem disso o país falou deles a falarem disso", explicou logo depois.

Mas não se ficou por aí! O comediante assegurou que embora "tente criar empatia pelo sofrimento" relatado pelos irmãos Rosado, a verdade é que "tudo isso esbarra naquilo que está escondido atrás deste processo: tentar apagar aquilo que não nos agrada".

"Pode ou não gostar-se do que a Joana faz, pode ou não gostar-se do que os Anjos fazem, mas é inimaginável que isso dê origem a uma multa de um Euro que seja. Se os Anjos ganhassem este processo, perdíamos todos, humoristas e não humoristas. E perdiam sobretudo eles, por ironia do destino", opinou também.

Para Bruno Nogueira, este caso não diz respeito a "nenhum dos envolvidos no processo", mas sim a algo "muito maior: o podermos rir de tudo, sempre". "O papel do humor não é obedecer à sensibilidade nem à expectativa de quem o ouve. Diria até que esses são os arqui-inimigos do próprio humor", esclareceu.

"Rimos sempre à conta de alguma coisa ou de alguém, e isso deixa sempre nódoas negras pelo caminho. A falta de sentido de humor, por outro lado, pode destruir tudo à volta. Neste momento, não há maior inimigo dos Anjos do que eles próprios. E isso não deixa de ter a sua piada", rematou, por fim.

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