
O ator Adérito Lopes foi agredido nesta terça-feira, 10 de junho, por um grupo de extrema-direita, em Lisboa, quando se encontrava a entrar no teatro Cinearte para atuar no espetáculo Amor é um fogo que arde sem se ver. A peça, que homenageia Luís de Camões, foi imediatamente cancelada após o incidente.
Segundo Maria do Céu Guerra, também atriz e encenadora do espetáculo, citada pela SIC Notícias, o elenco foi surpreendido e abordado por um grupo de cerca de 30 neonazis que regressava de uma manifestação. Os indivíduos, que traziam consigo cartazes com mensagens xenófobas, provocaram os atores e agrediram um deles.
"Começaram por provocar uma atriz, que vinha com uma camisola com uma estrela, e que vinha com headphones e, portanto, nem ouviu o que diziam. Entretanto, os outros atores estavam a chegar. Dois foram provocados e um terceiro foi agredido violentamente, ficou com um olho ferido, um grande corte na cara. Já foi cozido".
De acordo com o mesmo órgão de comunicação com base em informações da Lusa, a PSP foi chamada ao local depois de um homem de 45 anos ter informado que "ao sair da sua viatura pessoal, foi agredido". Chegadas ao Largo de Santos, as autoridades conseguiram identificar um jovem de 20 anos, que será o suspeito da agressão.
Quanto à peça de teatro, inserida nas celebrações dos 500 anos de nascimento de Camões, recebe encenação de Maria do Céu Guerra e de Hélder Mateus da Costa e conta com um elenco de 14 atores. "É uma homenagem multidisciplinar à vida e obra do poeta maior da língua portuguesa", sabe-se.