Um vídeo que mostra um aluno, diagnosticado com perturbação do espetro do autismo, a ser brutalmente agredido por um colega numa escola da Moita está a ser amplamente divulgado nas redes sociais. Nas imagens pode-se ver, pelo menos dez colegas a assistirem, muitos deles a filmar com os telemóveis, sem que houvesse funcionários presentes no local.
Houve várias reações nas redes sociais, inclusive a de Ana Garcia Martins, que mostrou a sua indignação através do Instagram. "Vejo vídeos de crianças a espancarem outras crianças e juro que tenho instintos assassinos. Já sei que violência não se combate com violência, mas é uma coisa que sobe por mim acima e só me apetece distribuir chapadas. Em quem bate e em quem assiste, alegremente, sem nada fazer, exceto registar tudo com um telemóvel", começou por escrever.
"Que raio de pessoas é que andamos a formar? Entristecer-me-ia muito ver um filho nesta situação, a ser agredido desta forma, mas juro por Deus que me entristeceria muito mais ter um filho agressor ou um filho indiferente. Porque acho que era a confirmação de que teria falhado muito enquanto mãe, na educação de seres humanos empáticos, solidários, atentos, preocupados. Ninguém está livre, é um facto, mas que desgosto do c****** que deve ser", acrescentou.
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E continuou: "E as escolas? Onde é que ficam no meio disto? Demitem-se da função de manter as crianças seguras? Tenho muitas conversas com os miúdos, sobretudo com o Mateus, sobre estas coisas. A importância de tentar dar-se bem com toda a gente, de não deixar ninguém de lado, de incluir, de não se deixar levar por efeitos de grupo menos apropriados, de proteger quem mais precisa, de falar, de denunciar."
"Não sei se estarei a salvo de que se arme em parvo, mas há, pelo menos, a consciência e o conforto de saber que há um trabalho feito em casa. Já pensei se devo ou não mostrar-lhe o vídeo mais recente que anda por aí a circular, como exemplo de tudo o que está errado, mas temo que lhe revolva as entranhas tanto quanto a mim. Que se punam os agressores, que se actue, que se previna, que se reforce o poder de actuação das escolas/professores/auxiliares, e que se acabe, de uma vez, com a m**** dos telemóveis nas escolas, que são só mais gasolina na fogueira. A vergonha e a angústia que tudo isto me dá", rematou.
De acordo com a SIC Notícias, o agressor foi temporariamente suspenso e foi aberto um processo disciplinar. Um castigo também será aplicado aos alunos que assistiram e gravaram o episódio violento.