Em comunicado à imprensa, o Teatro Nacional São João (TNSJ) assinala que o "novo concurso contempla um calendário mais favorável para o desenvolvimento e apresentação de candidaturas", prolongando-se o prazo até 31 de maio e a realização de entrevistas até 15 de setembro, com entrada em funções já em 2026.
No final de dezembro, o TNSJ anunciou que iria abrir um novo concurso depois de o candidato escolhido no anterior concurso, o realizador Tiago Guedes, ter retirado a candidatura, "invocando compromissos profissionais em 2025, que se revelaram inadiáveis e incompatíveis com o exercício das funções para que seria designado".
Numa entrevista recente ao jornal Público, o presidente do conselho de administração do TNSJ, Pedro Sobrado, que volta a presidir ao júri do concurso, disse ignorar "se o Tiago Guedes tem sequer vontade e disponibilidade de voltar a candidatar-se" e acrescentou: "Espero que, tendo-as, tenha também a coragem de o fazer".
O concurso anterior abriu em 14 de outubro e recebeu candidaturas durante um mês, tendo a deliberação ocorrido até ao final de dezembro.
O regulamento do concurso estabelece que as funções na direção artística do TNSJ devem ser exercidas em regime de exclusividade, com a eventual participação em projetos artísticos externos a ter de ser autorizada pela tutela da Cultura.
À semelhança do concurso lançado no ano passado, a nova direção artística "deve ser corporizada por um(a) artista e fazedor(a), com experiência teatral relevante, preferencialmente por um(a) autor(a) de espetáculos", que deverá "possuir e cultivar o vivo interesse pelos repertórios dramáticos cuja divulgação cabe, estatutariamente, a este Teatro Nacional promover e assegurar", entre outros critérios como a "vocação internacional" e o "espírito de colaboração e parceria".
O mandato à frente do TNSJ terá a duração de quatro anos, eventualmente renovável por duas vezes.
O júri vai ser presidido por Pedro Sobrado e composto pela vogal da administração do TNSJ Cláudia Leite, pela professora e investigadora Alexandra Moreira da Silva, pelo escritor Rui Lage (que substitui no júri Luísa Costa Gomes) e pelo produtor teatral Salvador Santos.
No mesmo comunicado, o TNSJ lembra que "até à conclusão do novo concurso, o Ministério da Cultura determinou que a execução da programação artística é assegurada internamente pelas equipas do TNSJ".
Nuno Cardoso assumiu a direção artística do TNSJ em janeiro de 2019 -- sucedendo no cargo a Nuno Carinhas (2009-2018) -- tendo sido reconduzido em julho de 2022 para o triénio de 2022-2024. Cardoso foi candidato ao concurso que escolheu Tiago Guedes.
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