
Estas obras, que deverão ficar concluídas em junho do próximo ano, vão realizar-se no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), ao abrigo de um contrato interadministrativo celebrado entre a Câmara de Lamego e o Património Cultural - Instituto Público.
"Trata-se da segunda fase das obras de requalificação do museu. As obras têm incidido essencialmente na estrutura do edifício e na cobertura, e agora mais numa parte de remodelação interior, de conforto térmico, de criação de espaços mais ajustados às condições de trabalho dos colaboradores, à manutenção do espólio e ao conforto da visita", explicou Francisco Lopes.
Paralelamente a esta segunda fase, mas no âmbito de um procedimento autónomo, será colocada a rede 'wi-fi' que servirá o museu.
"Hoje os museus tendem a ter muitos equipamentos interativos e muita exposição digital e a rede 'wi-fi' é necessária para isso. Essa componente digital vai ser feita no Museu de Lamego e, simultaneamente, no Convento de Santo António de Ferreirim", contou.
Segundo o autarca, "depois ainda haverá uma terceira fase, relativa ao projeto museológico, que também está incluída no PRR".
Autarquia e Governo tinham previsto lançar a segunda fase das obras de requalificação do Museu de Lamego até outubro de 2023 mas, após dois concursos desertos, só foi adjudicada à terceira tentativa e à única empresa concorrente.
"Só tivemos uma proposta e tivemos que cortar na obra. Havia uma parte da obra que incidia na fachada norte que tinha alguma complexidade técnica e tivemos de a cortar, porque hoje os empreiteiros têm uma limitação muito grande de recursos humanos, sobretudo de recursos especializados, e fogem a algumas obras mais complexas", lamentou.
O autarca contou que a subida do valor de 1,2 milhões de euros no primeiro concurso para 1,7 milhões de euros no segundo não resolveu a situação.
"Estávamos a subir o preço, mas chegámos à conclusão de que isso não era suficiente. Era necessário simplificar os procedimentos, simplificar a obra, para podermos ter candidatos", explicou, sublinhando que, mesmo assim, só apareceu um interessado.
Francisco Lopes estimou que, atualmente, a autarquia esteja a pagar, "no mínimo, 30% a mais pelas obras em relação ao que se verificava no período antes desta questão inflacionista".
"Mas ou se faz assim ou não se faz. Quem faz as obras com sobrecarga de trabalho também vai ter um sobrecusto e é natural que isso tenha de ser pago", considerou.
Na sua opinião, esta situação "tem a ver com a falta de planificação na gestão dos equipamentos públicos e, sobretudo, na manutenção".
"Deixamos os equipamentos chegarem a um limite de degradação que depois exige muitos recursos. Só se arranjam recursos quando há fundos comunitários excecionais como é o caso do PRR e depois os prazos são curtos e não há capacidade", criticou.
A primeira fase das obras de requalificação, que também obrigou ao encerramento do museu no final de 2021, representou um investimento superior a um milhão de euros.
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