Carolina Deslandes assumiu, numa nova entrevista ao Sapo Mag, que as pessoas a fazem sentir que perdeu “o sabor da novidade”. “Estou a começar a sentir, de algum tempo para cá, o preconceito de me quererem encostar à box, que é uma coisa que fazem muito com as mulheres”, começa por dizer a artista.

“Uma coisa de ‘já estás aqui há muito tempo, já não te chega?’. Não, não me chega, de todo. Tenho 33 anos, tenho tanta coisa para fazer e sinto um bocadinho esse preconceito”, acrescenta Deslandes, “por isso é que também digo nessa canção [‘Testamento’]: ‘eu não sou medalha de ouro, eu sou prata da casa’. Eu não quero ser novidade, quero ser especialidade do chef”.

A artista, que editou recentemente um novo álbum de originais, “Chorar no Club”, no qual está incluída ‘Testamento’ e também o single ‘Tento na Língua’, fala ainda sobre aquilo que diz ser o “preconceito com a música comercial”. “Acho que não vou resolver essa problemática”, diz, “gosto de quase todo o estilo de música, consumo quase todo o estilo de música e acho que uma música não é pior ou melhor por ser mais ou menos conhecida”.

Na mesma entrevista, Deslandes defende a separação entre o que é gosto pessoal e a valorização da música de um artista, visando particularmente os críticos de música: “se tu só ouves um estilo de música hiper alternativa vais fazer uma péssima crítica ao meu disco se não te souberes distanciar disso, porque eu não sou os Arctic Monkeys nem estou a tentar ser os Arctic Monkeys”.