"Este ano, o festival decorre entre o dia 23 de abril e 4 de maio. Nesta edição, e ao longo dos 12 dias de festival, serão apresentados 27 espetáculos, 15 dos quais são coproduções do DDD [Dias da Dança], 12 artistas nacionais e 13 artistas internacionais, e 19 [espetáculos] em estreia absoluta ou estreia nacional", anunciou esta manhã, em conferência de imprensa no Teatro Rivoli, no Porto, Rui Moreira, presidente da Câmara do Porto, um dos três municípios responsáveis pela organização do evento.

O primeiro destaque do festival DDD, apontado pelo Drew Klein, diretor artístico, da Direção de Artes Perfomativas, na conferência de imprensa, foi a estreia do 'espetáculo performance' "Os Gigantes", de Vitor Hugo Pontes & Dançando com a Diferença, que acontece no Teatro Rivoli.

Trata-se de um espetáculo construído a partir da última peça de Luigi Pirandello, 'Os Gigantes da Montanha', interrompida pela morte do autor, e que permite ao coreógrafo Vitor Hugo Pontes apresentar a ideia de que tudo o que acontece em palco é inacabado ou pode ser só sonho.

Na apresentação do festival, Vitor Hugo Pontes disse que o espetáculo fica num espaço entre a "fantasia e o real".

'Cafézinho', de Gaya de Medeiros, é outro dos destaques assinalados por Drew Klein e sobe ao palco do Auditório Municipal de Gaia no dia 24 de março.

É uma resposta a 'Café Müller', de Pina Bausch, e explora a coreografia como uma "resposta para saber onde fica a raiva", declarou Gaya de Medeiros, lembrando que 'Cafezinho' vai tentar mostrar "novas possibilidades de envelhecer".

No município de Matosinhos, o primeiro destaque desta 9.ª edição do DDD é a peça 'OU', de André Braga & Cláudia Figueiredo /Circolando Central Elétrica com Panaibra Canda, e cuja estreia está marcada para dia 25 de abril no Teatro Municipal Constantino Nery.

O espetáculo 'Violetas', de Vânia Doutel Vaz, tem estreia mundial marcada para 25 de abril, no Campo Alegre, Porto. Trata-se de uma "peça íntima de dança onde se existe e resiste num ambiente minimalista, onde se joga com a expectativa num lugar de intimidade e reflexão", lê-se no dossiê de imprensa entregue hoje aos jornalistas.

De volta ao Rivoli, a coreógrafa Vera Mantero apresentará, no dia 29 de abril, o seu mais recente trabalho, "C.C Crematística e Contraforça".

No dia 2 de maio estreia, no Palácio do Bolhão, 'Bananada: Operantípoda (Parte I)', de Marcelo Evelin. É uma ópera "desenterrada dos trópicos primordiais (...) reconstruída na ficção de uma memória inventada", lê-se no dossiê de imprensa.

'Adoçar', de Ana Isabel Castro, é um trabalho a solo e estreia-se no mesmo dia, em Gaia.

Em maio, o destaque do diretor artístico recaiu sobre a estreia nacional de 'Vagabundos', do coreógrafo moçambicano Ídio Chichava, com a sua companhia Converge +. Chichava venceu no ano passado a primeira edição do Salavisa European Dance Award, da Fundação Calouste Gulbenkian, com a coreógrafa britânica-ruandesa Dorothée Munyaneza.

O festival DDD encerra no Rivoli, no dia 4 de maio, com a companhia madrilena Kor'sai a apresentar pela primeira vez em Portugal o espetáculo 'Mont Ventoux'. O trabalho revisita a obra que Francesco Petrarca escreveu em 1336 'Ascesa al monte Ventoso' e é uma história que permite "aprender com o passado" para a construção de um "futuro melhor".

Além dos 27 espetáculos, Drew Klein acrescentou que estão programados outros, gratuitos, nos três municípios, assim como a realização de 'workshops' e conversas com diversos artistas.

O presidente da Câmara do Porto anunciou que apesar de este ser o último DDD durante o seu mandato - devido às eleições autárquicas antes do final do ano e a um novo ciclo político -, a edição do DDD 2026 está assegurada, pois já se está a trabalhar na programação.

"A boa notícia é que nós já garantimos que no próximo ano haverá DDD, porque se nós não começássemos agora a programá-lo, quem chegasse não podia ter. Mas eu acredito que quem vier a seguir vai querer mantê-lo e, portanto, sinto-me legitimado para garantir que pelo menos até ao fim de 2026 a programação deste teatro [Rivoli] está garantida", declarou Moreira aos jornalistas, lembrando que o festival DDD se "transformou num ícone" no circuito nacional e internacional das artes performativas.

Esta edição conta com um investimento da Câmara do Porto de 617 mil euros, da Câmara de Matosinhos de 45 mil euros e da Câmara de Gaia de 30 mil euros. O Goethe Institute apoiou com quatro mil euros e o BPI-Fundação La Caixa com 50 mil euros.

O preço dos ingressos varia entre os sete e os 12 euros por espetáculo.