
Sebastião Gaspar Martins, que falava em conferência de imprensa para apresentação dos resultados de 2024, referiu que a Sonangol está a preparar-se "naquilo que são as questões internas para levar a cabo este processo", mas salientou que há ainda questões exógenas por resolver, antes da operação que visa a dispersão de até 30% do capital social em bolsa.
"A Sonangol já tem estado a levar a cabo algumas ações, que de certa forma colocam-na na bolsa", realçou o responsável da petrolífera angolana, referindo-se à emissão de obrigações, que exigiu da empresa o cumprimento de vários requisitos próprios de uma dispersão em bolsa.
Segundo Sebastião Martins, a questão dos subsídios aos combustíveis ainda continua "a pesar no processo de privatização da Sonangol".
"Por outro lado, a empresa é mesmo do Estado e aquilo que tiver que fazer vai depender da decisão que o Estado tomar, suportada por recomendações que vamos levar, fruto do trabalho que estamos a realizar", acrescentou.
O presidente da Sonangol salientou que um consultor, a Rothschild, já mostrou o 'road map' do que é necessário fazer, para a empresa entrar em bolsa, e neste momento estão em curso passos a nível interno para o processo começar a ser clarificado.
Por sua vez, o ministro dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás angolano, Diamantino Azevedo, apontou o excesso de trabalhadores como um dos problemas a resolver para se avançar para a privatização.
"Falei dos mais de 2.000 trabalhadores que a Sonangol tem de excedente. Esse é um dos aspetos endógenos que cabe à Sonangol resolver no âmbito da sua reestruturação e preparação para ida à bolsa, excesso de pessoal, a questão de alguns ativos e passivos que não servem a empresa, a questão de termos a Sonangol a produzir mais petróleo (...) preocupa bastante", disse o ministro.
Diamantino Azevedo frisou que o despedimento teria implicações sociais, sendo a solução "requalificar esse pessoal, dar mais formação para que possam ser utilizadas em outras áreas fora da qual estão formadas".
"Vou cobrar mais à Sonangol para que ela ponha efetivamente essas pessoas a trabalhar, porque não é correto (que haja) pessoas a ganharem um salário sem trabalhar", disse.
O processo de privatização da Sonangol, no âmbito do Programa de Privatização do executivo angolano (Propriv) vem se arrastando há alguns anos, sem a definição de uma data.
NME // ANP
Lusa/Fim