Esta votação, de braço no ar, aconteceu imediatamente antes do início da sessão de encerramento do congresso de Almada, que terá como principal momento o segundo discurso de fundo a cargo do secretário-geral do partido, Paulo Raimundo.
No último congresso do PCP, em Loures, em 2020, a proposta de resolução política apresentada pelo Comité Central do partido teve aprovação por unanimidade.
As atuais Teses - Projeto de Resolução tiveram uma primeira aprovação no final de setembro em reunião do Comité Central do partido, tendo sido depois alvo de debate interno por parte dos militantes.
No documento, o PCP defende a apresentação de uma candidatura própria às eleições para Presidente da República em 2026 e considera que a situação política nacional é marcada pelo "prosseguimento e aprofundamento da política de direita", a favor dos grupos económicos e do "grande capital", e que tem sido implementada quer pelo PS, quer pelo PSD, que considera partilhar objetivos "em questões essenciais".
O partido acrescenta ainda que essa política tem recebido o "apoio e a cumplicidade do Presidente da República" e contribuiu para "abrir campo e espaço político a forças reacionárias e retrógradas, Chega e IL, sucedâneas de PSD e CDS, que partilhando integralmente dessa política, beneficiam do engano a que muitos são conduzidos pela sua demagogia".
Nesta análise à situação política nacional, o PCP é muito crítico do PS, que acusa de ter implementado "um percurso e opções que não descolam, no que é essencial, dos interesses do capital".
Sobre o Governo atual da AD (Aliança Democrática), o PCP salienta que os seus primeiros meses de mandato "confirmam que PSD e CDS, em convergência com Chega a IL, procuram levar mais longe a política de direita, ao serviço do grande capital" e acusa o PS de mostrar "demissionismo para enfrentar as opções do atual Governo e maioria".
Neste contexto, o PCP defende que a sua afirmação "como a verdadeira força de oposição e de alternativa emerge como um imperativo" e estabelece como objetivo "a rutura com a política de direita, a defesa do regime democrático, a afirmação da política patriótica e de esquerda e a construção da alternativa política".
O partido reconhece que, desde o último Congresso do PCP, em 2020, tem assistido a uma "redução da influência eleitoral do partido", mas refere que tem enfrentado "um prolongado enquadramento caracterizado pela hostilidade e menorização".
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