
"Creio ser a terceira tentativa de sair da organização. Só esperamos que o bom senso prevaleça e o Ruanda possa regressar brevemente", afirmou o chefe de Estado são-tomense, que falava, domingo à noite, à chegada ao Príncipe proveniente da capital da Guiné-Equatorial, onde participou, no fim de semana, na 26.ª Cimeira da CEEAC.
O Ruanda anunciou a saída da organização depois de denunciar a "instrumentalização" da CEEAC por parte da República Democrática do Congo, na sequência da decisão de prolongar por mais um ano a presidência rotativa da Guiné Equatorial, devido às tensões entre a RDCongo e o Ruanda.
"A Conferência adiou para outra data a passagem da presidência rotativa da comunidade para a República do Ruanda e, consequentemente, decidiu manter Sua Excelência Obiang Nguema Mbasogo como presidente em exercício da comunidade por um período adicional de um ano", segundo o comunicado final da cimeira.
"Entendemos que o Ruanda não reunia as condições necessárias para presidir à Comunidade nestas circunstâncias, estando a ocupar parte do território de um outro Estado-membro", disse Carlos Vila Nova, reafirmando a resolução tomada em fevereiro deste ano, em Malabo, pelos Estados-membros, que exigia a retirada das tropas ruandesas da RDCongo.
Questionado sobre quanto tempo poderá demorar um entendimento entre Kigali e Kinshasa, o Presidente são-tomense disse não fazer "futurologias", mas mencionou a retirada das tropas como uma "condição base" e falou numa posição unânime entre os Estados-membros.
Carlos Vila Nova insistiu que o conflito "deve ser resolvido diplomaticamente".
Os líderes da África Central concluíram domingo, na Guiné Equatorial, a 26.ª conferência ordinária dos Chefes de Estado e de Governo da CEEAC, declarando a intenção de avançar para a consolidação da paz e o reforço da integração regional.
A reunião de alto nível reuniu, sábado e domingo, em Malabo os dirigentes regionais, representantes das instituições internacionais, ministros e diplomatas dos Estados membros da CEEAC, um bloco composto por onze países.
A CEEAC é composta por Angola, República do Congo, República Democrática do Congo, Camarões, Gabão, Chade, Guiné Equatorial, República Centro-Africana, Ruanda, Burundi e São Tomé e Príncipe.
LYSF (JFO/MBA) // MLL
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