
O Presidente moçambicano, Daniel Chapo, acusou a banca de “criar” escassez de divisas e transformá-la em “oportunidade de negócio”, alertando que nunca faltou moeda estrangeira para distribuição de dividendos.
“Quando há escassez da moeda estrangeira, começa-se a transformar essa escassez em oportunidade de negócio. Isto acontece até nos bancos comerciais, [onde] vocês fazem negócio todos os dias. Não há uma verdadeira escassez [de divisas], é uma escassez criada”, disse Daniel Chapo, num encontro com os empresários locais, na província de Sofala, centro de Moçambique, onde está em visita desde Segunda-feira.
A Confederação das Associações Económicas (CTA) de Moçambique, maior associação empresarial do país, alertou em 18 de Fevereiro que a falta de divisas no mercado nos bancos estava a afectar as operações, sobretudo nos sectores de saúde, aviação, combustíveis e importação de produtos alimentares.
Durante a reunião em Sofala, ouvindo as preocupações dos empresários locais, o Chapo alertou que, apesar da situação de escassez da moeda estrangeira no setor bancário, a mesma nunca faltou para “entregarem os dividendos entre eles” ou para “pagar salário a eles”, questionando: “Alguma vez ouviu que faltou? Só vai faltar para Félix Machado [empresário local] quando quiser importar algum bem. Então, é realmente uma situação que temos de continuar a trabalhar para ultrapassar”.
Chapo, diz a Lusa, exigiu uma “política cambial transparente” ao banco central com vista à disponibilização das divisas aos empresários e “promover o desenvolvimento”, evitando ser “guardião de escassez”.