"As nossas estimativas de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) para 2024 de 2,5%, após os 5,4%, em 2023, refletem uma contração de 1,6%, sempre em termos homólogos, no crescimento do PIB no quarto trimestre de 2024", escreve Fáusio Mussá no comentário que acompanha a divulgação do índice de compras dos empresários (PMI) relativo a janeiro.

Estes números, acrescenta, "implicam um crescimento do PIB, excluindo o setor extrativo (exploração mineira e Gás Natural Liquefeito), que se situou abaixo de 1%, em termos homólogos, em 2024", o que representa um crescimento de menos de metade do registado em 2023, ano em que a economia moçambicana registou uma expansão de 2,2%, face ao ano anterior.

Para os primeiros três meses deste ano, Fáusio Mussá espera que as dificuldades económicas mantenham a economia no vermelho, mas ainda assim antevê uma recuperação no resto do ano.

"É esperado que a contração no crescimento do PIB se mantenha no primeiro trimestre de 2025, nas deverá ocorrer uma recuperação nos trimestres subsequentes, consistente com a nossa previsão de crescimento do PIB de 3%, em termos homólogos, para 2025", diz o economista.

Moçambique vive desde outubro um clima de forte agitação social, com manifestações e paralisações convocadas, primeiro, pelo ex-candidato presidencial Venâncio Mondlane, que rejeita os resultados eleitorais de 09 de outubro.

Atualmente, os protestos, agora em pequena escala, têm estado a ocorrer em diferentes pontos do país e, além da contestação aos resultados, os populares queixam-se do aumento do custo de vida e outros problemas sociais.

Desde outubro, pelo menos 327 pessoas morreram, incluindo cerca de duas dezenas de menores, e cerca de 750 foram baleadas durante os protestos, de acordo com a plataforma eleitoral Decide, organização não-governamental que acompanha os processos eleitorais.

MBA // VM

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