Os intermediários de crédito viram o seu peso no mercado do crédito à habitação aumentar no ano passado. Estes profissionais foram responsáveis por 56% dos novos contratos neste segmento, bem como 57% do montante concedido. Este valor equivale a um aumento para mais do dobro dos contratos, tendo em conta os dadosobtidos peloJornal PT50 junto do Banco de Portugal (BdP) no início do ano, que indicou que, em 2023, este número ficou perto de 20%. Os novos valores foram revelados pelo BdP nesta quarta-feira, no seu Relatório de Acompanhamento dos Mercados de Crédito 2024.

Na vertente do crédito ao consumo, estes profissionais ganharam também terreno, ainda que em menor escala. Em 2023, os intermediários de crédito foram responsáveis por 45,2% do crédito ao consumo concedido, em termos de montante. Olhando para 2024, este subiu para 49,9%, ficando a uns meros 0,2 pontos percentuais (pp) das instituições de crédito.

No que diz respeito à evolução dos montantes em si, fica-se a saber que as instituições de crédito concederam mais 0,6% em 2024. Por sua vez, o montante concedido através de intermediários subiu 21,5% face a 2023.

No segmento do crédito automóvel, não houve grandes surpresas, com os intermediários de crédito a continuarem a dominar as transações. 83,1% do montante foi contratado através deste canal, um ligeiro aumento de 0,1 pp em relação ao ano anterior. Esta evolução, justifica o banco central, é derivada da subida do montante concedido pelos intermediários, que cresceu 15,1% anualmente, enquanto a contratação direta aumentou 14,3% no mesmo período.

No crédito pessoal, as instituições de crédito ainda dominam, com 77,6% do montante a originar nestas instituições. Contudo, também aqui perderam terreno. Em 2023, este valor ascendeu a 83,7%, tendo-se registado uma quebra de 1,1% no montante concedido pelas instituições. Estas mantiveram-se predominantes também na área do crédito ‘revolving’. Aqui, são responsáveis por 55,7% do montante contratado, menos 5,5 pp do que em 2023. Neste segmento, houve uma subida de 23,7% no montante de crédito contratado através de intermediários e uma diminuição de 1,6% concedido por instituições de crédito.