
Pelo menos 32 chefes de Estado confirmaram presença nas cerimónias de celebração dos 50 anos da independência de Moçambique, no histórico Estádio da Machava, que se espera estar pronto 48 horas antes das festividades, anunciou o Governo.
“O que posso garantir é que foram convidados e temos uma confirmação de 32 chefes do Estado para esta cerimónia e também temos a confirmação de +alguns antigos chefes de Estado”, disse o porta-voz do Governo, Inocêncio Impissa, em declarações aos jornalistas, na habitual conferência de imprensa.
O Presidente da República português, Marcelo Rebelo de Sousa, está entre os chefes de Estado confirmados, após o parlamento ter aprovado a sua deslocação para as comemorações da independência de Moçambique, em 25 de junho, com votos contra da Iniciativa Liberal.
Segundo o executivo moçambicano, são esperadas pelo menos 40 mil pessoas no histórico Estádio da Machava, local onde foi proclamada a independência de Moçambique, em 25 de Junho de 1975, e que vai acolher as festividades centrais, cinco décadas depois.
“O que está a ser feito em termos de mobilização é garantir que o maior número possível de moçambicanos que queiram participar e presenciar neste local possa aparecer sem nenhuma discriminação”, disse Inocêncio Impissa, avançando que as portas do Estádio da Machava vão abrir-se para o público a partir das 05:00 locais (menos uma hora em Lisboa).
O porta-voz do executivo adiantou que as obras de reabilitação do Estádio continuam, mas assegurou que o local estará pronto 48 horas antes para o evento.
“As obras [no Estádio da Machava] foram acontecendo em vários níveis e a este momento encontra-se em obras de acabamento e acreditamos que até 48 horas antes este lugar estará plenamente disponível para receber todos os moçambicanos”, frisou.
O engenheiro civil Samuel Muzime, assessor do conselho de administração dos Portos e Caminhos de Ferro de Moçambique (CFM), proprietária do estádio, nos arredores de Maputo, que coordena a operação de reabilitação do espaço, tinha admitido antes à Lusa que os custos da reabilitação do Estádio estavam a derrapar, fruto de intervenções imprevistas face à ausência de obras de fundo em meio século.
“Valores iniciais andavam na ordem de 10 milhões de dólares [8,8 milhões de euros], mas numa obra de 50 anos, fomos encontrando surpresas, já estamos desviados aqui, bem desviados, acho que pelo menos na ordem de 50%”, observou.
Após as celebrações dos 50 anos de independência, as obras vão continuar com o objectivo de fazer aprovar a infraestrutura pela Confederação Africana de Futebol (CAF)para voltar a receber jogos da seleção moçambicana de futebol, actualmente impedida de jogar em território nacional após a interdição do Estádio Nacional do Zimpeto, em Maputo, por falta de condições.
No Estádio da Machava joga habitualmente, no futebol, o Clube Ferroviário de Maputo, um dos vários emblemas ‘ferroviários’ do país apoiados pelos CFM, mas há quatro anos que o espaço, multiuso, não é utilizado devido à falta de condições, sendo esta a primeira intervenção de fundo em mais de 50 anos.
Com capacidade oficial para 45.000 pessoas, começou a ser construído em 1963, num terreno com mais de 30 hectares, na Matola, e foi batizado então como Estádio Salazar, sendo inaugurado em 1968 com a também histórica partida de futebol entre as selecções de Portugal e do Brasil.