José António Saraiva morreu esta quinta-feira, dia 6 de março de 2025, vítima de cancro. Com 77 anos de idade José António Saraiva era cronista do Sol, jornal que fundou quando saiu da direção do Expresso. Foi, aliás, o mais duradouro diretor da historia deste jornal — durante 22 anos – onde entrou como colunista pela mão de Marcelo Rebelo de Sousa: "Senti que o Expresso tinha de dar um salto”, disse o atual Presidente, justificando o aumento de custos naquela altura.

Na nota que publicou na página da Presidência da República, Marcelo sublinha que “para além da atividade como arquiteto, José António Saraiva dedicou-se à História, sobretudo a História política contemporânea, e teve um papel muito importante durante certo período da vida do Expresso, como analista político, como cronista histórico e como diretor de publicações. É impossível contar o período das décadas de 80 e 90 sem mencionar o seu contributo, herdeiro de uma linhagem familiar também muito rica, em que avultam seu Pai António José Saraiva e seu Tio José Hermano Saraiva.”

Jornalista e escritor, José António Saraiva nasceu em 1947, em Lisboa, sendo filho de António José Saraiva, ensaísta, historiador e crítico literário, e sobrinho do historiador José Hermano Saraiva.

Formado em arquitetura, ganhou projeção no jornalismo, escrevendo no Comércio do Funchal, dirigido por Vicente Jorge Silva, onde assinava crónicas sobre a sociedade. Seguiu como cronista no Diário de Lisboa, entrando no Expresso em 1983. Aqui, criou o espaço "Memória do Século" e a coluna semanal "Política à Portuguesa".

José António Saraiva foi autor de diversos livros, de romances como O Último Verão na Ria Formosa, um policial que demorou treze anos a conceber, até ao recente O homem que mandou matar o Rei D. Carlos. O seu Dicionário Política à Portuguesa, mas sobretudo as suas Confissões como diretor do Expresso, onde contava os bastidores dos políticos portugueses, fizeram furor e também polémica.

P.S. À família enlutada, a equipa do Expresso apresenta as suas condolências.