A confiança dos consumidores em Cabo Verde registou nova descida no primeiro trimestre de 2025, de acordo com o mais recente inquérito de conjuntura do Instituto Nacional de Estatística (INE). O índice permanece abaixo da média da série histórica, refletindo o ambiente de incerteza económica que continua a marcar o quotidiano das famílias cabo-verdianas.

Segundo o documento, a avaliação da situação económica do país por parte dos inquiridos agravou-se face ao mesmo período do ano anterior. As famílias continuam a relatar um aumento dos preços e do desemprego nos últimos 12 meses, reforçando a perceção de fragilidade económica.

Ainda assim, o relatório destaca uma melhoria significativa na perceção sobre a capacidade de poupança. Em comparação com o primeiro trimestre de 2024, o número de famílias que consideram possível poupar algum dinheiro aumentou ligeiramente, e o total dos que veem a poupança como inviável desceu 23,5 pontos percentuais.

Outra mudança relevante está na intenção de aquisição de habitação. Quase 20% dos inquiridos manifestaram a probabilidade de comprar ou construir casa nos próximos dois anos, um aumento expressivo face aos 6,3% registados no ano anterior. Em contrapartida, a intenção de compra de automóveis manteve-se bastante reduzida, com 84% dos consumidores a afirmarem que não tencionam adquirir carro no mesmo período.

O relatório também antecipa expectativas negativas para o futuro: as famílias preveem deterioração da sua situação financeira e da economia do país nos próximos 12 meses. A inflação e o desemprego, porém, são apontados como fatores que poderão recuar nesse horizonte, o que poderá representar algum alívio.

O inquérito do INE é realizado trimestralmente nas ilhas da Praia, Sal, São Vicente e Santa Catarina, com o objetivo de captar a perceção das famílias sobre a sua situação económica e perspetivas de curto prazo. Os dados são fundamentais para compreender o comportamento do consumo e o ambiente económico em Cabo Verde.