O Banco Nacional Ultramarino (BNU) em Macau uma queda de 18,4% nos lucros líquidos nos primeiros três meses de 2025, em comparação com o mesmo período do ano passado.

De acordo com um comunicado, o banco registou lucros líquidos de 133,2 milhões de patacas (quase 15 milhões de euros), menos 30 milhões de patacas (3,37 milhões de euros) do que entre janeiro e março de 2024.

O BNU apontou como principal razão para a queda dos lucros uma redução de 11,8% (31,2 milhões de patacas ou 3,5 milhões de euros) na margem financeira líquida, a diferença entre as receitas vindas dos empréstimos e os juros pagos pelos depósitos.

O banco disse que a margem financeira líquida encolheu “devido principalmente a alterações na composição dos depósitos e à evolução das taxas de juro de referência”.

Isto depois da Autoridade Monetária de Macau ter aprovado três descidas da principal taxa de juro de referência nos últimos três meses de 2024, a última das quais um corte de 0,25 pontos percentuais, introduzida em 19 de dezembro, seguindo a Reserva Federal norte-americana.

A redução na margem financeira líquida “foi parcialmente compensada” por um aumento de 18,1% nas comissões cobradas pelo banco, “refletindo uma maior atividade económica e um maior envolvimento dos clientes”.

O BNU indicou ainda que sofreu perdas de 5,4 milhões de patacas (cerca de 606 mil euros) com crédito malparado e aplicações financeiras entre janeiro e março, quatro vezes mais do que em igual período de 2023.

Ainda assim, garantiu o banco, “a qualidade dos ativos do BNU mantém-se sólida, suportada por práticas de crédito conservadoras e por um robusto nível de provisões para responder às incertezas macroeconómicas em curso”.

O BNU sublinhou que o rácio de capital total subiu 1,3 pontos percentuais para 25,2%, bem acima do requisito regulatório mínimo de 8%, e acrescentou que mantém “reservas de liquidez robustas” para enfrentar “contextos económicos complexos”.

O BNU tem sede em Macau e pertence ao Grupo Caixa Geral de Depósitos (CGD), sendo, juntamente com o Banco da China, emissor de moeda na região administrativa especial da China.

De acordo com dados oficiais, os bancos de Macau obtiveram lucros de 3,76 mil milhões de patacas (416,1 milhões de euros) no primeiro trimestre, mais 44,8% do que no mesmo período de 2024.

O crédito malparado caiu 2,7% em março, para 56,1 mil milhões de patacas (6,2 mil milhões de euros), depois de em fevereiro ter atingido o valor mais elevado desde 1990.

Em março, os empréstimos vencidos representavam 5,5% dos empréstimos dos bancos de Macau, mais 1,3 pontos percentuais do que no mesmo mês de 2023.

A Autoridade Bancária Europeia, a agência reguladora da UE, por exemplo, considera que os bancos com, pelo menos, 5% dos empréstimos malparados têm “elevada exposição” ao risco e devem estabelecer uma estratégia para resolver o problema.

Agência Lusa

Editado por Jornal PT50