A Bleap, ‘fintech’ portuguesa focada na área de ‘stablecoins’, firmou uma parceria com a Mastercard, anunciou a empresa nesta quarta-feira. Esta colaboração visa fazer a ligação entre as ‘stablecoins’ e os pagamentos com infraestruturas tradicionais, segundo explica. Para João Alves, cofundador da Bleap, este é o primeiro grande passo da empresa em termos de parcerias e que, agora, “o foco é tornar a Bleap numa empresa verdadeiramente global”, sublinha, em declarações ao Jornal PT50.
“A parceria permite que os titulares de cartões gastem ‘stablecoins’ por meio da conversão perfeita de criptografia em moeda fiduciária em mais de 150 milhões de comerciantes que aceitam Mastercard em todo o mundo”, explica a empresa em comunicado. A Bleap esclarece que, apesar de existirem, hoje em dia, milhares de milhões de ativos na ‘blockchain’, a maioria dos pagamentos e da infraestrutura por trás dos mesmos ainda depende de intermediários centralizados e de soluções ‘banking as a service’.
Esta colaboração entre as duas empresas pretende ligar ativos na ‘blockchain’ com pagamentos tradicionais, “enfrentando uma lacuna crítica na ‘blockchain’”. Para o futuro, adianta João Alves, a empresa continua a “precisar de parceiros bancários locais” para concretizar “algumas transações que tornam o produto mais conveniente – como, por exemplo, permitir que os utilizadores recebam pagamentos e os convertam facilmente para a ‘blockchain’”.
O cofundador da Bleap explica, citado em comunicado, que esta parceria alia a tecnologia da ‘blockchain’ da Bleap à infraestrutura de pagamentos mundial da Mastercard sem exigir quaisquer outros processos de integrações. Por sua vez, o vice-presidente executivo de Parcerias Globais da Mastercard, Scott Abrahams, acredita que “as moedas digitais são parte crítica da economia global, então é essencial ajudar as pessoas e as empresas a aceita-las ao simplificar como podem ser usadas”.
O dirigente da Mastercard acrescenta ainda que o seu programa de cartões Web3 “está a ajudar parceiros como a Bleap a aproveitar o poder das ‘stablecoins’ para desbloquear novos níveis de acessibilidade, permitindo aos consumidores gastar os seus ativos digitais de forma conveniente e segura em qualquer lugar onde a Mastercard seja aceite”.
De acordo com o comunicado, o lançamento vai focar-se primeiro na Europa e depois expandir para a América Latina, onde revelam haver uma procura por soluções financeiras alternativas. Sobre esta expansão, João Alves salienta que “há vários países na região onde o acesso ao dólar é difícil, e onde muitas pessoas prefeririam ter acesso fácil à moeda e viver ‘dolarizadas’. Aí, a Bleap tem uma grande vantagem em relação a outros ‘players’”.
Relativamente ao futuro da empresa, o cofundador adianta que passaram recentemente a marca dos 7000 clientes e acredita que antes do fim do ano vão alcançar a marca dos 100 mil. Relembre-se que, em entrevista ao Jornal PT50 no final de 2024, João Alves colocou o objetivo para 2025 em cerca de 5000 utilizadores diários.