A Yamaha está a desenvolver um motor V4 para o MotoGP, estando cada vez mais perto de o testar em pista pela primeira vez – embora não exista uma data definida para que tal aconteça.

O construtor é o único do pelotão atual com um motor de quatro cilindros em linha. Desenvolver um novo conceito é caro e exige recursos, pelo que não é um passo dado se não tiver o potencial de resultar em melhorias evidentes.

Mas quais poderão ser as vantagens? O antigo piloto Alex Barros explicou no podcast da edição brasileira do site Motorsport.com que há mais-valias do ponto de vista do design da moto e do desempenho do motor:

Consegue-se fazer uma moto mais estreita, então a aerodinâmica fica melhor, consegue-se ter menos área. Falando da parte técnica de andamento, o motor em linha tem a sensação de ser um pouco mais elétrico, digamos assim – a entrega de potência é um pouco mais suave. Como é lógico, isso depende também da configuração do motor, a ordem de explosão, falamos dos ângulos. Eu estou a falar daquilo que testei, se for por outro ângulo o comportamento da moto muda, e com o V4 é igual.

Barros disse ainda: ‘Eu prefiro o motor scream e a configuração V4, porque consegue-se ter mais potência, principalmente em rotações médias e altas. A Yamaha sempre teve a característica de ter um bom chassis, desde há décadas – foi sempre uma configuração de não ter tanta potência, mas ser uma moto fácil de pilotar. E a Honda sempre teve a configuração de ter um bom motor e um bom chassis – nunca o melhor, mas a média de todas. E o importante para uma moto é o balanço geral. O que é uma moto boa? Tem de ter motor bom, suspensão boa, geometria boa, pneu bom, hoje fala-se também da aerodinâmica e da eletrónica’.

O brasileiro considera também que a Yamaha só irá, de facto, introduzir o V4 se este for mais competitivo do que o conceito atual: ‘Todas as fábricas estão com um motor V4. Alguma coisa diz que é melhor. Eu acho que a Yamaha está a forçar a situação, mas só o vai colocar em pista se o V4 superar o motor que eles têm atualmente’.