*por Vítor Hugo Monteiro

Como dito pelo emergente rapper madeirense, Van Zee, se há coisa que a insularidade proporciona, são as conhecidas vistas panorâmicas. O arquipélago da Madeira é riquíssimo nesses mesmos panoramas e, agora, o Nacional pode desfrutar deles... sentado no cume da luta pela manutenção. Vitória sobre o Casa Pia AC por 3-1 e chegada aos 29 pontos, que proporcionam um confortável décimo posto.

À entrada para este desafio, madeirenses e lisboetas apresentaram-se em esquemas diferentes. Essa variedade de formações trouxe, naturalmente, dinâmicas diferentes, o que acabou por trazer um início mais mexido. O Nacional iniciou-se num 4-3-3 moldável, isto é, com Djibril Soumaré, por vezes, a 'cair' entre os centrais, de forma a ajudar na construção e criar superioridade naquela zona.

Os pupilos de João Pereira, num 3-4-3 assumido, entraram na partida de forma bastante interessante e abriram a carreira de tiro desde cedo. Este maior fulgor por parte dos gansos começou por se proporcionar devido a alguns sinais de desconcentração dos adversários, principalmente pelo espaço concedido nas costas e perdas de bola em zona nevrálgica.

Bem, e o que dava sinais de se poder começar a desenrolar como um jogo aberto, interessante e com ação junto das balizas...parecia estar morto à nascença. O Nacional, com grande assertividade, assumiu um papel de maior evidência, acercou-se das redes Patrick Sequeira, mas não conseguia, por um motivo ou outro, finalizar certeiramente.

Isto estaria prestes a mudar. Não antes sem que, como dito acima, a disputa perdesse algum do interesse. Muitas faltas, vários escorregões devido ao relvado e muitas paragens para assistência, o que parecia querer pintar um cenário de empate ao intervalo. Ainda assim, os visitados, de forma algo inesperada, conseguiram abrir o ativo.

Aos 45+4', numa jogada que parecia absolutamente controlada, Patrick Sequeira e João Goulart, ao tentar intercetar um passe em profundidade, desentenderam-se e acabaram por oferecer uma oportunidade aos adversários. Isaac Tomich, sem desistir, recuperou a bola em zona perigosa, viu Duplex Tchamba fazer um corte incompleto e, de seguida, Daniel Penha fez o gosto ao pé.

Panorâmica... sem nuvens

Mesmo à imagem do primeiro período, o Casa Pia AC voltou a entrar com enorme fulgor, explorando, consecutivamente, as costas da defensiva do Nacional. Arvin Appiah, tal como nos primeiros momentos, foi um dos elementos mais inseguros do bloco defensivo e foi mesmo por esse lado que a turma de Pina Manique empatou o marcador.

Duplex Tchamba, que esteve envolvido no pior, desta feita contribuiu para o golo da sua equipa. O central lançou um belíssimo passe longo na direção de Gaizka Larrazbal, que ao ver Appiah com os apoios completamente trocados, acelerou, ganhou as costas ao oponente e rematou para o golo.

Este golpe, mesmo a abrir, não atemorizou os de preto e branco, pelo contrário. A assertividade, de facto, abalou ligeiramente, mas a vantagem voltou para braços madeirenses. Em mais uma das enésimas bolas nas costas que ambas as equipas tentaram, Leonardo Lelo cortou de forma incompleta e entregou a Paulinho Boia, que ao furar pela esquerda, arranjou espaço e encheu o pé para o golo.

O futebol não foi de elevado primor técnico, de todo. Os erros foram o maior inimigo das duas equipas, mas, em última instância, foi o Nacional que saiu a sorrir. Lançamento longo, Tchamba volta a intercetar de forma deficiente e Joel Tagueu, acabado de entrar, atirou para o interior da baliza, estreou-se a marcar no campeonato e encerrou as contas.

Terceira derrota consecutiva para os gansos, que ocupam o sétimo lugar da Liga Portugal Betclic.