O português Vasco Ribeiro assumiu a "desilusão" com o adiamento no regresso à competição, enquanto cumpre três anos de suspensão por falhar um controlo antidoping, após a Liga Mundial de Surf cancelar o convite para competir em Marrocos.

"Neste momento, o meu foco já não está apenas na competição. Claro que voltar a competir seria algo positivo, mas, ao longo do tempo, fui percebendo que o surf vai muito além dos campeonatos. Este foi um contratempo inesperado, mas não vai mudar o caminho que estou a seguir. Vou continuar a fazer o que amo, dentro e fora da competição", disse esta sexta-feira à Lusa o pentacampeão nacional de surf, de 30 anos.

Vasquinho está ausente das competições desde julho de 2023, quando foi suspenso por falhar um controlo antidoping, num castigo que lhe foi aplicado pela Associação Internacional de Surf (ISA) até julho de 2026.

"Tenho-me dedicado a construir os meus próprios projetos dentro do surf, organizando surf trips e aulas privadas, nas quais posso partilhar a minha experiência e conhecimento com outras pessoas. É algo que me dá um enorme prazer e que me permite viver o surf de uma forma diferente", assinalou o antigo campeão do mundo júnior, em 2014, e campeão europeu, em 2021.

No sábado, dia em que começou o Pro Taghazout Bay, na praia de Agadir - que a portuguesa Francisca Veselko venceu no quadro feminino - , Vasco Ribeiro revelou através das redes sociais que, numa "decisão de última hora, e sem que tivesse qualquer hipótese de resposta, a WSL reviu a sua posição com base em informações e pressões" apresentadas pela ISA, que o impediram de regressar às provas oficiais, após ter-lhe formalizado um convite para a penúltima etapa do circuito de qualificação 2024/25.

Contactada pela Lusa, fonte oficial da WSL revelou que, depois de vários contactos com a ISA, decidiu que o surfista luso não podia competir no Pro Taghazout Bay, para o qual tinha sido convidado.

"A WSL está atualmente a rever estes desenvolvimentos para determinar se a atual proibição da ISA se aplicará a todos os eventos da WSL", informou a entidade que gere o circuito de elite mundial.

Além disso, a WSL reconheceu "o incómodo causado ao atleta devido a esta notificação tardia", garantindo estar "a trabalhar com a sua equipa para cobrir os custos apropriados associados ao registo do evento e à viagem" para Marrocos.

À Lusa, o pentacampeão nacional (2011, 2012, 2014, 2017 e 2021) vincou que esta decisão "foi uma enorme desilusão e algo muito difícil de aceitar", ainda para mais, porque já estava em Marrocos.

"Recebi a confirmação por escrito de que poderia competir, estava pronto e motivado para voltar ao circuito, e ser impedido, a poucas horas do evento, foi frustrante e injusto. Tenho dedicado os últimos tempos a treinar, a surfar, a manter-me saudável e com uma mentalidade positiva, e sentia que este campeonato podia marcar uma nova fase. Além disso, o apoio que recebi da comunidade do surf e do desporto tornou tudo ainda mais especial", vincou.

E acrescentou: "Apesar de toda a frustração, escolho focar-me no que posso controlar. O surf continua a ser a minha paixão e, independentemente do que aconteceu, vou continuar a viver essa paixão dentro e fora da competição. Cada desafio traz uma lição, e sei que este não será exceção".