O empresário Marco Galinha recebeu este sábado o apoio de centenas de benfiquistas, nomeadamente de João Varandas Fernandes, que fez parte da Direção Luís Filipe Vieira durante nove anos, entre 2012 e 2021. À margem de um almoço que decorreu numa propriedade de Galinha, na zona de Rio Maior, o médico elogiou aquele que se perfila como candidato à presidência do clube da Luz, em outubro próximo, e criticou a gestão de Rui Costa, vencedor em 2021, nas mais concorridas eleições de sempre.

"Marco Galinha é um benfiquista como todos nós. Tem condições para vir a ser candidato. Neste momento, não é candidato. Não sei se quer aceitar ou não, nunca conversámos sobre isso, mas desde a primeira hora começou a preocupar-se com o que se passa no Benfica e juntou-se a nós com a mesma preocupação: analisar o que se passa no clube e encontrar um programa de ação e as pessoas para termos um Benfica diferente. Neste momento, Marco Galinha é um grande empresário e não vive do Benfica como nenhum de nós vive. Nós, dirigentes, somos para servir o Benfica. É um empresário capaz de servir o Benfica. Se se candidar vai ter o meu apoio", adiantou Varandas Fernandes.

Em declarações aos jornalistas, já depois de falar para uma plateia com benfiquistas bem conhecidos, o antigo 'vice' procurou fazer crer que "não há qualquer candidatura formalizada", explicando: "Aguardamos que a assembleia geral aprove os novos estatutos, para que os sócios se organizem para concorrer aos orgãos sociais. O importante é que os estatutos sejam aprovados o mais rapidamente possível para dar oportunidade a termos um Benfica com mais transparência, mais governação, mais interatividade e que nos leve para um patamar diferente do que temos hoje. Estou a falar do ponto de vista da sustentabilidade e desportivo."

Varandas Fernandes sublinhou ter votado na Direção de Rui Costa, após ter optado por sair por "vontade própria", não disfarçando alguma desilusão. "A minha expectativa não se confirmou. Gostava de ver um clube diferente do que está hoje. Apesar de todos os esforços e dedicação, não tem sido suficiente para elevar o Benfica ao patamar que todos nós exigimos, sabendo nós que o clube tinha uma estrutura e património. Antes da última eleição, tinha sustentabilidade. Não estamos a ver o Benfica com o futuro que desejávamos. Achamos que é o momento dos sócios se associarem, se juntarem, conviverem, darem opiniões e se formarem. Neste momento, a candidatura não está em cima da mesa. Em cima da mesa está o associativismo do Benfica, que tem todo o direito de partilhar a vida que está a ser vivida no clube. Houve promessa de aprovação de novos estatutos há três anos. É isso que pedimos, que os novos estatutos sejam aprovados a seu tempo."

O clínico não escondeu a desilusão, depois de ter dito que Rui Costa "honrou" a camisola das águias. "Gostava de ver uma presidência mais ambiciosa, com uma governação mais efetiva e uma atividade e uma dinâmica maior do que tem sido vivida nos últimos tempos", disse, em jeito de balanço, sem explicar se Roger Schmidt pode custar a eleição a Rui Costa. "Não comento erros da Direção, só tenho de respeitar a decisão", rematou.