Samu virou transferência de milhões no verão passado e, entretanto, até já chegou ao patamar da seleção de Espanha, tão só a campeã da Europa em título. Antes de chegar ao topo, contudo, passou por muitas dificuldades, desde logo quando era criança e chegou a estar num centro de acolhimento em Melilla, uma cidade espanhola localizada no norte da África. 

"A minha mãe gosta pouco de falar disso. Diz que mais tarde me contará, mas todos podem imaginar como é um centro de acolhimento... Não pode ser fácil passar por lá", contou Samu em entrevista à 'ABC', acrescentando que nem quando se mudou para Sevilha, com a mãe e a irmã, as coisas melhoraram: "Houve dias em que não havia o que comer, isso é duro. Creio que nenhuma criança deveria passar por isso, foi muito complicado."

Apesar dos dias difíceis, Samu conseguiu dar a volta por cima e para isso contou com o sacrifício da mãe e também de algumas pessoas amigas. "Quando comecei a jogar o campo era perto e ia a pé. A minha mãe tinha que trabalhar para me sustentar a mim e à minha irmã. Graças a Deus também tinha uma vizinha que ainda a considero uma segunda mãe", revelou o ponta-de-lança, de 20 anos, vincando a importância que isso teve naqueles anos da sua vida: "É a Juani e o seu marido, que descanse em paz, o António. Foi ele que me levou à primeira equipa onde joguei, passava muito tempo com eles enquanto a minha mãe trabalhava para nos colocar comida na mesa. Depois, quando mudei de equipa, para o Don Bosco, conheci um senhor que era treinador, o Ismael, e foi ele que me levava e me ia buscar aos jogos. Quando assinei pelo Sevilha, tinha 7 ou 8 anos, já era a minha mãe que me levava a maioria das vezes, mas tínhamos de fazer um percurso de hora e meia quase todos os dias. Não era uma situação fácil."