Ruben Amorim elogiou o "espírito" dos seus jogadores, que este domingo avançaram para a 4.ª eliminatória da Taça de Inglaterra após baterem, nos penáltis, o Arsenal (1-1, 3-5). Em conferência de imprensa, o treinador do Manchester United mostrou-se satisfeito pela capacidade que a equipa mostrou quando teve de sofrer, especialmente quando se viu reduzida a 10 elementos graças à expulsão de Diogo Dalot.

"Acho que jogámos bem, especialmente na 1.ª parte. Fomos melhores nas bolas paradas, mais agressivos. Mostrámos um espírito diferente, mesmo com 10 jogadores. Estamos a melhorar nesse aspeto. Acho que ao início não conseguimos controlar com bola, e sofremos porque corremos muito. Foi difícil mudar a bola de flanco. Mas depois, conseguimos levar o jogo para um nível diferente, falando de agressividade. Marcámos e, depois, senti que conseguimos melhorar. A expulsão tornou tudo mais difícil. Sofremos juntos, defendemos muito bem, concedemos algumas oportunidades ao adversário porque os jogadores já estavam muito cansados. Mas sentimos, desde o primeiro minuto, que hoje era o nosso dia. Foi muito bom para nós nesse aspeto. Mas ainda precisamos de melhorar", começou por referir.

O penálti do Arsenal foi bem assinalado? "Os jogadores disseram-me que não era penálti, mas temos de continuar, seguir para a próxima ronda e focar no próximo jogo".

Costuma dizer que a equipa sofre muito. Estão a melhorar nesse aspeto? "Acho que isso é claro. Se marcarmos primeiro, isso ajuda-nos a sofrer. Há maior margem para sofrer. Quando o adversário tem uma oportunidade, podemos parar o jogo, acalmá-lo. E acho que estamos a perceber melhor a maneira como jogamos. Dá para controlar o jogo em certas alturas. Mas está claro que estamos a melhorar na maneira como sofremos. Não é ótimo, mas é importante enquanto equipa".

Acha que a sua ideia está a ficar mais clara para os jogadores? "Parte dela. Como disse, com bola ainda temos algumas dificuldades. Jogadores como o Garnacho querem jogar abertos, para depois virem para dentro, mas é preciso o tal sofrimento. Nesse caso teria de mudar as minhas ideias e isso demoraria ainda mais tempo. Se o Garnacho e o Amad conseguirem jogar por dentro e por fora, vão ser jogadores muito mais completos. A ideia ainda precisa de muito tempo, mas no que toca a saber sofrer, parar o jogo, acho que estamos a melhorar".

O quão importante foi o penálti falhado do Arsenal durante o jogo? "Foi muito importante. Deu-nos mais força. Depois, com menos um jogador, é muito difícil pressionar. Pressionar o Arsenal com 11 jogadores já é difícil, imaginem com 10... E se estivermos em desvantagem no marcador, torna-se ainda mais difícil porque conseguem controlar a bola".

Altay e Zirkzee já viveram momentos difíceis, hoje foram os dois decisivos... "A vida de futebolista tem ciclos, momentos. E às vezes, em uma semana, tudo muda. Contra o Tottenham, toda a gente apontava o dedo ao Altay, e hoje foi o nosso herói. O Joshua há uns tempos teve um problema com os adeptos, e agora sempre que está em campo sente-se o apoio. E depois, marcou o último penálti. A vida é assim. Têm de continuar a ser humildes e trabalhar todos os dias, a hora deles vai chegar".

Ficou preocupado por dar o quinto penálti a Zirkzee, que tem estado sob enorme pressão? "Tinha o feeling de que íamos ganhar. Mas as bolas paradas não sou eu que controlo. E hoje, fomos incríveis nisso. O Carlos [Fernandes] foi muito bom, o Emanuel [Ferro]. Escolheram os jogadores certos para marcarem os penáltis. Isso não sou eu que controlo. Fizeram um grande trabalho".

Rashford voltou a não estar na convocatória. Chegou ao fim o seu percurso no Manchester United? "Não sei. Ainda é nosso jogador, vamos ver. Tem de trabalhar, representar o clube que ama. Mas eu tenho de tomar decisões e já falei sobre isso. É o que é. Vamos ver o que acontece no próximo jogo".