
O Conselho de Desenvolvimento do Ruanda (RDB), uma agência governamental do país africano e o Atlético Madrid assinaram um acordo de patrocínio até junho de 2028, anunciou esta quarta-feira a entidade africana.
O anúncio do acordo foi feito após críticas recentes feitas pela vizinha República Democrática do Congo (RD Congo) a este tipo de parcerias devido ao envolvimento do Ruanda no conflito no leste democrático-congolês.
Em comunicado, a RBD refere que o acordo inclui a inscrição da marca Visit Rwanda (agência oficial de turismo do Ruanda) na parte da frente dos equipamentos de treino e aquecimento da primeira equipa masculina do clube espanhol para os restantes jogos da La Liga esta época, bem como durante o Mundial de Clubes que se realiza em junho próximo nos Estados Unidos.
A partir da próxima época, a marca aparecerá também nos equipamentos de treino e aquecimento da equipa principal feminina, bem como nas costas das camisolas oficiais de ambas as equipas.
O Visit Rwanda terá também uma visibilidade proeminente no estádio Riyadh Air Metropolitano, nas plataformas digitais globais do Atlético de Madrid e através de programas globais de fidelização de adeptos, refere no comunicado.
Segundo a RDB, a parceria anunciada "consolida ainda mais a crescente presença do Ruanda no futebol europeu, com base nas suas parcerias existentes com clubes líderes como o Arsenal, o Paris Saint-Germain e o Bayern de Munique, e marca a primeira colaboração da marca com a La Liga de Espanha".
Além disso, a parceria proporcionará aos jovens jogadores e treinadores ruandeses acesso a formação e conhecimentos de classe mundial do clube espanhol.
O Ruanda anunciou em 14 de fevereiro a renovação do seu acordo de patrocínio com o clube francês Paris Saint-Germain (PSG) até 2028, uma parceria que tem sido fortemente criticada pelo Governo democrático-congolês, que acusa o país vizinho de apoiar o grupo rebelde Movimento 23 de março (M23) no conflito no leste da RDCongo.
No passado mês de fevereiro, a chefe da diplomacia da RDCongo, Thérèse Kayikwanba, enviou uma carta ao clube, bem como ao Arsenal e ao Bayern de Munique, pedindo-lhes que cessassem os seus acordos com a Visit Rwanda e outras entidades ruandesas, como a RwandAir.
Kayikwanba instou também a Fórmula 1 e a NBA a porem termo a estes patrocínios, sublinhando a "responsabilidade" do Ruanda na escalada do conflito no leste da RDCongo, onde o exército democrático-congolês está a combater o M23, apoiado pelo Ruanda, segundo a ONU e países como os Estados Unidos, a França e a Alemanha.
As esperanças de uma resolução do conflito aumentaram na passada sexta-feira, quando o Ruanda e a RDCongo chegaram a um acordo em Washington, sob os auspícios dos EUA, para iniciar conversações de paz.