Mais um jogo em 2025, mais uma vitória para o Arouca. E não é só ganhar: é ganhar a jogar bem. Quatro partidas, três triunfos e um empate. Agora, a vítima foi o Nacional.
O nevoeiro não se fez sentir na Choupana e, perante a boa visibilidade, as equipas mostraram desde início que queriam dar um bom espetáculo a quem estava nas bancadas. Até foi o Nacional que marcou primeiro, num lance anulado por fora de jogo e, aos 5 minutos, um cruzamento de Weverson encontrou Gozálbez, que rodou para abrir a contagem. Um dos lances de classe do espanhol que, na hora que esteve em campo, mostrou sempre perfume com o esférico em sua posse.
Significava isto que o Arouca quase entrava na partida em vantagem. Neste papel, mostrou toda a maturidade de um conjunto que não perde há cinco jogos consecutivos. Foi neste plano que a equipa de Vasco Seabra se mostrou mais capaz, na tranquilidade com e sem bola. E não foi tarefa simples: o Nacional de Tiago Margarido mostrou-se com vontade de reagir e ainda ameaçou, mas no plano da reação, os arouquenses revelaram todas as suas armas. Fukui, centro-campista dos visitantes, tentou uma e outra incursão e Henrique Araújo, que muito trabalho deu à defesa adversária, acertou com estrondo na trave.
Ainda assim, era o Nacional que, na corrida atrás do empate, ia criando mais perigo. Foi, por isso, um balde de água fria aquilo que sucedeu logo ao minuto 24: num lance de pouco perigo, Zé Vítor derrubou Henrique Araújo na área e Pedro Ramalho não hesitou em marcar penálti. Foi o avançado ex-Benfica que assumiu a cobrança e não desperdiçou.
Se já havia urgência no jogo do Nacional, a busca pelo golo passava a ser emergência. E, se o Nacional estivesse durante mais tempo como fez nos últimos minutos, até podia ter conseguido fazê-lo. Já na compensação, Ulisses Rocha aproveitou um ressalto para fazer o golo e, logo a seguir, Tagueu, a meias com Esgaio, obrigou Mantl a evitar que o descanso viesse com um empate. Os anfitriões vieram com o mesmo ímpeto dos balneários, mas o perigo tardava em chegar. Isto até à hora de jogo, altura em que o desafio mudaria drasticamente.
Faltou aproveitar a superioridade numérica
Uma entrada de Popovic por trás sobre Tagueu valeu-lhe o vermelho a meia hora do fim. O jogo mudava drasticamente de figura: o Arouca remetia-se à defesa e tentava aguentar o cerco do Nacional, um cenário que só se agudizou até ao final, mas sem quaisquer dividendos a retirar. O resultado não sofreria alterações.
A equipa de Vasco Seabra soma mais três pontos. Dos 22 que tem em 20 jornadas, metade deles foram conquistados nas últimas cinco. É uma equipa estável, criativa e sem medo de atacar, que mostra diferenças face ao início da temporada. O Nacional, que também mostrou qualidades, não conseguiu criar de forma verdadeiramente perigosa. Luís Esteves, muito recuado, revelou-se pouco preponderante e, na altura em que a equipa crescia, o penálti revelou-se um duro golpe. O Arouca sai da Madeira com os três pontos e o sentimento de justiça. E tudo isto sem Jason, melhor marcador da equipa.