
O presidente da Federação Portuguesa de Canoagem (FPC), Ricardo Machado, manifestou esta sexta-feira o desejo de que a união com a tutela da cultura permita ao desporto evoluir e beneficiar das mesmas condições.
"Que esta junção à cultura signifique uma pretensão de valorização daquilo que é o desporto e uma equiparação àquilo que, por exemplo, a cultura conseguiu nos últimos anos, nomeadamente em termos de financiamento e fiscalidade", desafiou o dirigente.
Em declarações à Lusa, Ricardo Machado comentava a criação do novo Ministério da Cultura, Juventude e Desporto, agora liderado por Margarida Balseiro Lopes, que era ministra da Juventude e Modernização.
"É injustificável irmos ao cinema ou ao teatro e pagarmos IVA de 6% e ir ver um jogo de andebol, por exemplo, em que se paga 23%. Porquê esta discriminação negativa em relação ao desporto?", questionou.
O dirigente congratulou-se com o facto da palavra desporto voltar a integrar o título de um ministério, comparando com um passado recente em que esteve diluído nas tutelas dos assuntos parlamentes e da edução, confiando de que a nova organização vai beneficiar o setor, harmonizando as áreas.
"A mesma coisa relativamente ao mecenato desportivo, em que as empresas que financiam a cultura têm benefícios fiscais muito superiores às que o fazem no desporto. É uma das coisas que podem ser alteradas e que viriam dar uma grande ajuda àquilo que é esta estagnação que tem existido, nos últimos anos, em termos de financiamento e estrangulamento do financiamento do desporto", sublinhou.
Ricardo Machado encarou ainda como positiva a recondução de Pedro Dias na secretaria de Estado do Desporto, "uma pessoa com uma capacidade técnica e um conhecimento que vem romper um bocadinho com aquilo que era a tradição anterior, em que eram nomeadas pessoas com pouca experiência na área, que não tinham muito a ver com o desporto".
"Efetivamente, é unanimemente reconhecido que o Pedro Dias é alguém com capacidade técnica, capacidade de conhecimento sobre a área", valorizou, desejando-lhe um "bom mandato".