Depois de ter revelado que irá doar o espólio desportivo herdado ao FC Porto, Alexandre Pinto da Costa afirmou que o pai "esteve mal aconselhado” nos últimos anos de presidência do clube ‘azul e branco’.

"Quando o alertei para os perigos que correria pelas escolhas erradas e por estar tão mal acompanhado nos últimos anos de mandatos, afastei-me de livre vontade do presidente, mas não do meu pai, porque desse estive sempre presente quando de mim necessitava. Afastei-me anos a fio de toda e qualquer atividade desportiva e social do clube. Fi-lo com a intenção de evitar aquilo que, infelizmente, o tempo me veio a dar razão e para que não saísse do modo como saiu de uma instituição pela qual tudo deu e tanto amava", evocou o empresário, numa gala realizada pelo jornal O Gaiense, em Vila Nova de Gaia.

O filho de Pinto da Costa ficou orgulhoso pelo tributo do jornal O Gaiense ao pai, que foi o dirigente mais antigo e titulado no futebol mundial e morreu há um mês, vítima de cancro.

"A ovação estrondosa que ele recebeu no Estádio do Dragão após a derrota nas eleições, tal como as cerimónias fúnebres de uma dimensão ímpar, apenas comprovam o amor, o reconhecimento e a gratidão de todos por quem tanto fez pelo clube, mas que não teve a aprovação da maioria [dos sócios votantes] , que até viu nos pares que o acompanhavam características que não me atrevo aqui a adjetivar. Quem ama de verdade alerta para o precipício e não salta de mãos dadas com a sua paixão para lá. Foi o que eu fiz", vincou.

O antigo presidente do FC Porto tinha sido diagnosticado com um cancro na próstata em setembro de 2021 e agravou o seu estado de saúde nas semanas prévias à sua morte, menos de um ano depois da derrota face a André Villas-Boas nas eleições dos 'dragões'.

"O meu pai, por todos de uma forma unânime, foi sempre reconhecido como o presidente dos presidentes, porque o era de facto. A sua memória, o seu raciocínio brilhante, a sua astúcia e a sua capacidade de trabalho, mas, sobretudo, o amor ao futebol no geral, e ao FC Porto em particular, serão lembrados para sempre. Que me perdoem todos os outros presidentes com os quais eu trabalhei, mas nunca conheci um com aquelas capacidades. Jamais haverá outro como ele", finalizou Alexandre Pinto da Costa, com alguma emoção.

O filho de Pinto da Costa ficou orgulhoso pelo tributo do jornal O Gaiense ao pai, que foi o dirigente mais antigo e titulado no futebol mundial e morreu há um mês, vítima de cancro.

O antigo presidente do FC Porto tinha sido diagnosticado com um cancro na próstata em setembro de 2021 e agravou o seu estado de saúde nas semanas prévias à sua morte, menos de um ano depois da derrota face a André Villas-Boas nas eleições dos 'dragões'.

Empossado pela primeira vez em 23 de abril de 1982, seis dias depois de ter sido eleito sem oposição como sucessor de Américo de Sá, o ex-dirigente exerceu funções durante 42 anos e 15 mandatos consecutivos, levando o FC Porto à conquista de 2.591 títulos em 21 modalidades - 69 dos quais no futebol sénior masculino, incluindo sete internacionais.

Com LUSA