Está mesmo a terminar 2024, um ano que foi marcado, não só pelos múltiplos eventos desportivos anuais, mas também pela realização dos Jogos Olímpicos de Paris. Neste artigo, a equipa de Modalidades reuniu-se para dar as suas escolhas relativamente aos atletas e equipas que se destacaram nas mais diversas modalidades, modalidades estas que são cobertas, todo o ano, pelo Bola na Rede, da melhor forma possível.

A todos(as) os(as) nossos(as) leitores(as), desejamos umas Boas Festas e um ótimo ano de 2025, com muita alegria e paz, e também muitos eventos desportivos.

Equipa das Modalidades do Bola na Rede

ANDEBOL

Emil Nielsen – Se, numa época, consegues ganhar a titularidade a Niklas Landin, na seleção, e a Gonzalo Pérez de Vargas, no FC Barcelona, sabes que estás no topo da conversa de guardiões de andebol mundial. Falamos de Emil Nielsen, uma das principais razões para as conquistas da formação catalã em 2024. Quando soava o hino da EHF Champions League, os adeptos tinham certezas de que estavam prestes a contemplar uma exibição de grandeza do guarda-redes dinamarquês, sempre acompanhada de percentagens de defesa elevadas.

Por isto, e muito mais, Nielsen tornou-se na natural escolha para o MVP da temporada para a EHF (European Handball Federation).

Sporting CP – Este foi o ano do leão. Depois do tetracampeonato do FC Porto, o Sporting conseguiu superar os dragões e sagrou-se campeão nacional em 2023/2024, cinco anos depois. Ricardo Costa, técnico dos leões, conseguiu ao terceiro ano superar o adversário nortenho, com um trabalho sustentado de fortalecimento do plantel. Não foi só o Campeonato, a Taça de Portugal também não escapou aos leões e ainda alcançaram a final four da Liga Europeia. Já em 2024/2025, os sportinguistas fecham o ano na primeira posição, depois de baterem os dragões, venceram a Supertaça e estão em grande na Champions. O Sporting agigantou-se e derrotou mesmo um dos maiores candidatos a vencer a Liga dos Campeões, o Vezsprém, e tem ainda em vista os dois primeiros lugares do grupo que permitem o acesso direto aos quartos de final.

David Braga e Pedro Filipe Silva

BASQUETEBOL NACIONAL

Rebecca Taylor – A atleta do ano no basquetebol nacional é Rebecca Taylor, que brilhou ao serviço do Barcelos na Liga Betclic Feminina. A norte-americana venceu quase todos os prémios de MVP disponíveis, coroando uma época excecional. O mais recente galardão foi conquistado em novembro da presente temporada, reafirmando a sua preponderância no panorama nacional.

SL Benfica – O destaque coletivo vai para o SL Benfica, que dominou tanto no setor feminino como masculino ao vencer a Liga Betclic Feminina e a Liga Betclic Masculina, respetivamente. Este feito solidifica a posição do clube como uma referência do basquetebol português.

David Braga, Filipe Lourenço, Pedro Filipe Silva e Tiago Bebiano

CICLISMO

Iuri Leitão – Nos Jogos Olímpicos, o ciclismo português já tinha tido um momento de glória, em 2004, quando Sérgio Paulinho conseguiu arrecadar a medalha de prata na prova de estrada, em Atenas. No entanto, em 2024, Iuri Leitão conseguiu, sem que houvesse grandes expectativas criadas, duas medalhas para o país e em categorias que a maioria dos portugueses não sabia que existiam, em pista. Em conjunto com Rui Oliveira, Iuri Leitão conquistou o ouro na prova Madison e ainda fez ganhou a medalha de prata, em Omnium. O ciclista tornou-se o primeiro atleta nacional a ganhar duas medalhas na mesma edição dos Jogos Olímpicos. Incrível!

UAE Team Emirates – Em 2024, a equipa do ano foi, indubitavelmente, a UAE Team Emirates. Com 81 vitórias, superaram por larga margem todas as outras formações rivais, tendo apenas uma delas atingido metade dos triunfos da UAE, a Lidl-Trek (42 vitórias).

A formação dos Emirados iniciou logo a época a vencer na Austrália em janeiro, com uma vitória astuta do rookie Isaac del Toro na etapa 3 do Tour Down Under; e finalizou a temporada com uma vitória absolutamente dominadora da coqueluche Tadej Pogacar na Lombardia, que ergueu os braços celebrando os múltiplos sucessos individuais e coletivos de 2024 nas margens do lago de Como.

Foram 81 vitórias distribuídas por 20 dos 30 ciclistas da equipa, destacando-se Tadej Pogacar, vencedor do Giro e do Tour (24), Brandon McNulty (9) e Marc Hirschi (9) como os maiores concretizadores da formação. Há ainda que destacar a contribuição portuguesa para estes números, tendo António Morgado levantado os braços na linha de meta em três ocasiões e João Almeida em duas e tendo Rui Oliveira e Ivo Oliveira sido importantes gregários na execução dos planos vitoriosos do coletivo chefiado por Mauro Gianetti e José Antonio Fernández. A época da UAE Team Emirates foi absolutamente fenomenal e tão épica que inclusivamente o mítico recorde de 85 vitórias da Team Columbia – HTC, em 2009, esteve em risco de ser superado. Será a UAE capaz de igualar ou até melhorar os feitos de 2024 em 2025?

Filipe Lourenço, Miguel Monteiro e Pedro Filipe Silva

DESPORTOS MOTORIZADOS

Valentino Rossi – O rookie e estrela dos GT3 na BMW WRT, deu-se bastante bem com o seu novo carro durante as oito provas. Para além de uma boa temporada pelo nove vezes campeão de motociclismo, teve também a oportunidade de testar o Hipercarro da BMW no final da temporada, podendo subir para essa mesma categoria se nada correr mal (e se for do seu agrado).

Toyota Gazoo – Tiveram imensa luta por parte da Porsche neste que é o segundo ano da equipa alemã na categoria. Mesmo assim, acabaram por vencer os construtores e serem campeões novamente por apenas dois pontos. Tornam-se assim heptacampeões do mundo.

Ana Catarina Ventura

FÓRMULA E

Pascal Wehrlein – Depois de ter lutado pelo campeonato no ano passado, foi a vez do piloto alemão da Porsche se tornar campeão. Com uma diferença seis pontos de diferença entre ele e Evans, foi mesmo na última corrida que, com um segundo lugar e a volta mais rápida, que Wehrlein triunfou.

Nissan Nismo – Não foram a equipa campeã e nem tiveram perto de tal. Mas tiveram uma melhoria enorme da temporada nove para a dez depois de contratarem Oliver Rowland. Com 182 pontos e sete pódios, terminaram na quarta posição.

Ana Catarina Ventura

FÓRMULA 1

Max Verstappen – Este é capaz de ter sido o melhor dos quatro títulos que Max Verstappen já tem na Fórmula 1. O de 2021 foi discutido até à última com Lewis Hamilton, mas aí, esses dois pilotos tinham claramente os carros mais rápidos. A Red Bull começou este ano com o carro mais rápido, mas isso só durou quatro provas. O que Verstappen fez a partir daí foi excecional, retirando quase sempre o melhor resultado que podia de cada Grande Prémio e a chave de ouro surgiu no Brasil, com uma improvável vitória quando começava do 17.º lugar.

McLaren – É fácil esquecer que a McLaren começou o ano de 2023 com o carro mais lento. Durante esse ano, introduziram um upgrade a meio da época que fez com que passassem a lutar regularmente por pódios. Este ano, houve algumas semelhanças. Nas primeiras provas, a McLaren estava a lutar com a Mercedes e a Aston Martin para ver quem era a terceira melhor equipa. A partir de Miami, com mais um upgrade, foram raros os Grandes Prémios em que não eram candidatos a vencer. Nem tudo foi bom (a gestão de algumas corridas e de algumas estratégias foi por vezes desastrosa), mas a McLaren fechou o ano com o seu primeiro título de construtores desde 1998 e pode até lutar pelo título de pilotos em 2025 se melhorar alguns aspetos.

Ana Catarina Ventura, Bernardo Figueiredo, Cindy Tomé, David Braga, Filipe Lourenço e Pedro Filipe Silva

FUTSAL

Brasil – O Brasil teve um ano de sonho e conquistou o Mundial de Futsal e a Copa América, ao vencer os seus grandes rivais, Argentina, em ambas as finais. Nas duas competições, os brasileiros fizeram o incrível registo de 13 vitórias em 13 jogos.

Os sul-americanos dominaram todas as competições que disputaram, sendo uma escolha fácil para a equipa do ano de 2024.

Zicky Té – O pivot do Sporting CP liderou os leoninos a mais um título de campeão nacional, batendo o seu recorde de golos numa temporada, com a fantástica marca de 41 golos em 41 encontros, média de um tento por partida.

A mistura de qualidade técnica e força física faz Zicky Té ser um pesadelo para os adversários. Este final do ano não tem sido muito simpático com o português, que tem sofrido com algumas lesões, mas este afastamento não tira este prémio a Zicky.

Filipe Lourenço

HÓQUEI EM PATINS

Pau Bargalló – Hoquista espanhol continua a amealhar troféus por onde passa.

Bicampeão mundial, heptacampeão nacional espanhol, pentacampeão da Taça de Espanha (pelo Barça) e campeão da Elite Cup, (já nos encarnados da 2ª. Circular: o que dizer sobre Pau Bargalló, que acrescente mais valor que estes troféus? Talvez falar dos números deste, 60 golos em 45 jogos na época transata, apesar de já levar 21 golos em apenas 16 jogos na época atual.

Adicionalmente, o avançado de 30 anos, no seu pico de forma, optou por mudar de ares para a equipa do SL Benfica, justificando uma aposta clara para a conquista da WSE Champions League e dos títulos nacionais, depois duma época abaixo do esperado.

Por fim, deixar menções honrosas tanto a Carlo Di Benedetto como a Marlene Sousa, ambos com épocas incríveis a nível pessoal e coletivo.

SL Benfica Feminino – Apesar do insucesso a nível internacional, as encarnadas “limparam” tudo a nível interno.

Depois das últimas épocas de hegemonia encarnada no hóquei patins feminino, o ano de 2024 não fugiu à exceção: os troféus do Campeonato, Taça de Portugal, Elite Cup e Supertaça, tiveram todos o mesmo destino: o Museu Cosme Damião.

Já relativamente à época 2024/25, as hoquistas apresentam um hóquei tão bom ou melhor que o da época transata, apenas sendo inferiorizadas na WSE Champions League, como tem sido habitual nos últimos tempos. Sendo assim, é de esperar mais um ano dominante por parte das águias, nesta modalidade em questão.

António Ferreira e Pedro Filipe Silva

MOTOGP

Jorge Martín – Numa época em que ninguém foi altamente consistente, com vários pilotos a caírem em várias provas, Jorge Martín voltou a conseguir levar a luta pelo título de MotoGP até à última ronda contra Francesco Bagnaia. Desta vez, era o espanhol que ia com vantagem para a ronda final, em Barcelona, e conseguiu gerir na perfeição, tornando-se no primeiro piloto de uma equipa independente a conquistar o título na era MotoGP.

Ducati – Apesar de terem perdido o título de pilotos de forma inesperada, a equipa de fábrica da Ducati foi aquela que teve uma dupla mais consistente ao longo ano, com Pecco Bagnaia e Enea Bastianini a fazerem os pontos suficientes para conquistarem o título de equipas. Bastianini está de saída e vai dar lugar a Marc Márquez, e, com Martín de saída para a Aprilia, prevê-se que o título de pilotos também volte à equipa de fábrica da Ducati em 2025.

Bernardo Figueiredo

NBA

Nikola Jokić – Tornou-se habitual assistir à grandeza do sérvio. Quem vê um jogo dos Denver Nuggets, sabe bem que está prestes a contemplar um espetáculo de eficácia, mas especialmente de magia em campo. Leva já três MVP’s na carreira, mas encaminha-se para a conquista do quarto troféu.

Neste momento, é o único jogador no top-3 de líderes em pontos, ressaltos e assistências, atualmente com médias de, 30.9 pontos, 13 ressaltos e 9.8 assistências. Não pertencendo ao principal candidato à conquista do “ring”, todos os amantes da NBA sabem que nunca podemos descartar da conversa uma equipa liderada por Nikola Jokić.

Boston Celtics – Os Boston Celtics conquistaram o seu segundo título da NBA dos últimos 38 anos, e voltaram a liderar de forma isolada o ranking das equipas com mais troféus vencidos. Com um plantel cheio de craques, os favoritos não desiludiram e durante os playoffs ninguém esteve perto de os travar. Jayson Tatum e Jaylen Brown conseguiram assim o primeiro título das suas carreiras, feito que vão tentar repetir no ano de 2025.

De salientar também a contribuição de Neemias Queta. O português, principalmente na temporada atual, tem ajudado a formação de Boston e mereceu a confiança de Joe Mazzula para ter mais minutos na rotação celta.

David Braga, Filipe Lourenço e Tiago Bebiano

TÉNIS

Jannik Sinner – Quando todos se rendiam a Carlos Alcaraz, o Sinner surge de rompante para tomar o posto de líder do ranking ATP. Agora, fazendo uma retrospetiva do ano, não restam dúvidas de que ninguém está ao nível do italiano. Começou 2024 da melhor maneira possível: ouro no Open da Austrália. Seguiram-se as vitórias nos torneios do ATP, a culminarem no título do ATP Finals. No Grand Slam, juntou o Open dos Estados Unidos ao triunfo na Austrália. Para fechar, comandou a Davis Cup e trouxe o bicampeonato para a Itália.

Falamos de uma época com mais títulos (nove) que derrotas (seis). No total, falamos de 73 vitórias em 79 jogos. Para além disto, Sinner junta-se a Roger Federer como os únicos tenistas na Era Open a conquistar pelo menos um set em todos os jogos realizados num ano. Com 2025 à porta, não restam razões para acreditar que teremos mais um ano de excelência do número um do mundo.

David Braga, Filipe Lourenço, José Pedro Marques e Tiago Bebiano

WWE

Drew McIntyre – Cody Rhodes voltou a ser cabeça de cartaz da WWE este ano, GUNTHER voltou a ter excelentes combates e houve também algumas histórias interessantes do lado feminino. Mas, para mim, ninguém se destacou mais do que Drew McIntyre, muito por culpa da sua história com CM Punk. A história percorreu o ano praticamente todo e ainda não está verdadeiramente terminada, com o escocês atualmente a perseguir todos aqueles que ajudaram Roman Reigns no Survivor Series: WarGames (e CM Punk foi um deles).

Bernardo Figueiredo