
A 31.ª jornada da Liga irá completar-se esta segunda-feira com um confronto lisboeta que motivará um curioso reencontro entre Pedro Amaral, um dos indiscutíveis do Estoril, com o Casa Pia, onde completou uma temporada, há uma década, com apenas 17 anos – Joel Pinto, que ainda hoje se mantém no emblema de Pina Manique como coordenador de formação, foi um dos treinadores do esquerdino e conta a história a A BOLA.
«O Casa Pia tinha subido à 1.ª divisão de juniores na altura [14/15] e feito um protocolo com o Benfica, que consistia nos jogadores sub-18, primeiro ano de júnior, ou seja, aqueles que não eram sub-19, virem para para treinar e competir por nós, em condições que na altura eram muito diferentes: não havia sub-23, não havia tantas equipas B e era uma realidade diferente. Havia aqui uma mistura de plantéis - os jogadores que eram do Casa Pia e os jogadores que vinham do Benfica», recorda.
Joel Pinto lembra como teve a oportunidade de treinar com Pedro Amaral. «Nesse ano vieram quatro ou cinco jogadores do Gabão [também cedidos pelo Benfica] e vieram vários internacionais sub-18, entre eles Ferro, Rodrigo Escoval, que hoje são jogadores profissionais, e o Pedro Amaral. Todos de primeira linha nos sub-17 do Benfica, mas que naquele ano, que seria o primeiro ano de júnior, vieram para o fazer a jogar aqui, tirando o Ferro, que até era o nosso capitão de equipa, que em janeiro foi chamado a regressar», acrescenta.
«O Pedro fez a época inteira. Era um lateral esquerdo muito ofensivo, tinha uma qualidade incrível com o pé esquerdo, muito possante, fazia todo o corredor, com muito bom cruzamento e batia bem na baliza, era um jogador a quem se perspetivava que ia ter um futuro muito interessante como profissional. Se dava para chegar à equipa principal do Benfica ou não, aí há sempre dúvidas. Há muitas condicionantes e sabemos que é muito difícil, se é difícil chegar ao futebol profissional, à equipa principal de um Benfica, ainda mais», constata.
O técnico assume ter detetado, já na altura, um valor seguro. «Dava todos os indicadores de que ia fazer uma boa carreira como o está a fazer, felizmente. Um miúdo muito comprometido, sério, que trabalhava muito. Era daqueles jogadores que podíamos pegar como exemplo, era um exemplo como jogador», elogia o treinador e coordenador do Casa Pia, que esta segunda-feira reencontrará o seu antigo pupilo.
«Claro que, agora, com mais anos, tem mais experiência mas aí está, as características que ele hoje apresenta eram as características que ele tinha na altura - maturidade para a idade que tinha, compromisso com o treino e o jogo e qualidade», detalhou, por fim.